Review – Digimon Tamers (Anime)

Digimon Tamers // Review 12/02/2015 // 1
Digimon Tamers

Lançado no japão em abril de 2001, Digimon Tamers, terceira série animada da franquia Digimon, talvez seja um daqueles animes bem conhecidos, mas bem pouco comentados. E isso por vários motivos. Em primeiro lugar, passados mais de 15 anos desde a exibição, este anime já pode ser considerado relativamente antigo. Em segundo lugar, o fato de ser, como todos os animes da franquia, voltado inicialmente para crianças, Digimon Tamers muitas vezes parece cair naquela estranha categoria que mescla um aspecto de nostalgia pelas tardes da infância perdidas em frente à televisão com uma mentalidade de “idade superada”. Ter sido bom para nossos “eus” de 10 anos não necessariamente significa ser bom para nós agora. Finalmente, existe também o elemento de que Digimon nunca foi, ao menos no Brasil, uma franquia imensamente popular. Claro, sempre teve uma boa quantia de fãs, mas não se pode comparar a popularidade de algo como Digimon com grandes como Dragonball Z, Cavaleiros do Zodíaco ou, mesmo, Naruto e One Piece. Entretanto, e dando aqui a minha opinião, eu acredito que este é um anime que merece um pouco mais de atenção do que a que recebe. Este não é apenas um bom anime de digimon, mas um bom anime num geral, que definitivamente consegue sobreviver ao teste do tempo. Mas vamos com um pouco mais de calma.

Produzido pela Toei Animation e escrito por Chiaki Konaka (responsável, dentre outros trabalhos, por Serial Experiment Lain), Digimon Tamers acompanha a história de Matsuda Takato, um garoto de 10 anos cujo principal passatempo é jogar um jogo de cartas de digimons. Um dia, Takato encontra entre seus pertences um digivice, por meio do qual acaba acidentalmente dando vida a seu próprio digimon: Guilmon. Inicialmente pensando que poderia apenas se divertir com um novo amigo, Takato acaba se vendo atirado numa realidade um pouco mais cruel, com digimons selvagens invadindo a cidade, outros humanos com digimons tentando lhe atacar, bem como com uma organização secreta cujo objetivo último é eliminar a todos os digimons que se quer tentem se materializar no mundo humano. E, como de costume, eu vou já deixar o aviso de que, a partir deste ponto, haverá spoilers. Num total, o anime tem 51 episódios e dois OVAs, e se por algum motivo você ainda não assistiu essa série fica dada a recomendação, mesmo para aqueles que não são gostam ou se interessam pela franquia digimon como um todo. Acreditem, Tamers é um pouco diferente dos demais animes da franquia e definitivamente merece uma chance.

Fazendo um rápido panorama da série, Digimon Tamers pode ser dividido em dois grandes “momentos”. O primeiro deles vai do primeiro episódio até mais ou menos quando Culumon, um dos digimons selvagens que vagam pelo mundo humano, é capturado por um outro digimon e levado até o digimundo. Esta primeira metade da série tem por função sobretudo nos apresentar os personagens e o mundo no qual estamos entrando. Conhecemos nosso protagonista, Takato, além de seus amigos, Kenta e Kazu, e de sua amiga / interesse romântico, Kato. Conhecemos outros humanos parceiros de digimons, como Lee e Ruki. Obviamente, conhecemos aos próprios digimons, Guilmon, Terriermon, Renamon, o já mencionado Culumon e o pequeno Impmon. E, finalmente, somos apresentados às famílias dos tamers (como são chamados os humanos parceiros de digimons), bem como à misteriosa organização governamental Ipnos. Como podem ver, é gente pra caramba para apresentar. O resultado é que essa primeira metade pode acabar soando bastante exaustiva e lenta, especialmente se você assistia o anime um episódio a cada semana: simplesmente parecia que o plot não andava (ou, no pior dos casos, que nem se quer havia um plot). Vendo aos episódios em maratona, porém, fica clara a necessidade de tanto tempo dedicado a estabelecer o contexto em que o clímax da série irá se desenrolar. Não consigo dizer que algo ali tenha sido inútil ou dispensável. Na minha opinião, foi uma decisão sábia darem metade da série apenas para desenvolver as relações entre os personagens, estabelecendo amizades, inimizades, conflitos, personalidades, etc.

Toda essa base que a primeira metade da série constrói, a segunda metade irá desenvolver de fato. Com o sequestro de culumon, as três crianças, Takato, Lee e Ruki, juntamente a Kenta, Kazu e Kato, decidem ir ao Digimundo resgatá-lo. A partir daqui, a série tomas ares um pouco mais sérios. O digimundo em Tamers não é um lugar agradável. Num geral, é uma terra inóspita, habitada por criaturas selvagens cujo único propósito é matar o que entrar em seu caminho. Mas um mundo inóspito se mostrará o menor dos problemas das crianças. Ao chegarem ao ponto mais profundo do digimundo (e é, isso é algo que vale mencionar: o mundo de digimon Tamers é dividido em uma série de camadas, cada qual distinta uma da outra, no que parece ser uma verdadeira referência ao livro “Inferno“, primeira parte do poema épico “A Divina Comédia”,  de Dante Aligheri), as crianças encontram com duas das quatro Feras Sagradas, auto-intitulados deuses dos digimons. Com elas, eles aprendem que Culumon é a encarnação da Luz da Evolução, a própria capacidade de evoluir materializada. E aprendem, também, a existência do oposto da evolução: a regressão ao nada. D-Reaper (traduzido como “O Matador” na versão brasileira) foi uma entidade do digimundo em seu início, originalmente uma espécie de anti-vírus cuja tarefa era excluir dados inúteis. Passando décadas adormecido, silenciosamente evoluindo, no momento atual D-Reaper é uma existência que ameaça à todo o mundo digital. E, muito em breve, ameaçará também a todo o mundo humano. O terço final do anime, assim, é basicamente uma longuíssima batalha, no mundo real, das crianças contra essa criatura, a fim de re-estabelecer a paz nos dois mundos.

Sendo este o plot em um geral, o que torna esse anime em especial digno de menção? Ou, pelo menos, mais digno de menção do que os que o antecederam? Bom, em primeiro lugar, surpreende o quão bem amarrada a historia é para um anime de 51 episódios. Fica claro que os criadores sabiam muito bem o que estavam fazendo, por onde iam passar e aonde pretendiam chegar. Poucos furos de roteiro poderiam ser apontados, com praticamente todos os dois ou três existentes caindo muito mais na categoria de “poderia ser melhor explicado” do que na de “incongruência” propriamente dita. Isto por si só já faz a obra se destacar mesmo entre alguns animes modernos. Mas o que realmente torna Tamers tão excepcional dentre seus pares é o tom mais “realista” da série. Enquanto praticamente todas as demais séries da franquia digimon poderiam ser facilmente classificadas como obras de fantasia, Digimon Tamers é possivelmente a única que se encaixaria no gênero de ficção científica. Conceitos que vão da computação à relatividade e física quântica são espalhados pela obra de forma direta e indireta, algo bastante surpreendente quando você considera que a audiência alvo desse anime eram crianças de uns 10 a 13 anos.

Entretanto, o ponto que eu realmente acho que merece mais destaque na obra são seus personagens. Não seria de se espantar se eu fizesse a afirmação de que os animes da franquia digimon, em um geral, são sobretudo sobre seus personagens. Como eu já havia explicitado nesta postagem sobre Digimon Adventure, já a primeira série tinha como efetivo enfoque o desenvolvimento, amadurecimento e crescimento psicológico de seus personagens. E, nesse ponto, Tamers mantém esta tradição. Mas a pratica de uma forma levemente diferente não apenas daquela das séries anteriores, como também daquele método usado por vários animes ontem e hoje. Essa fórmula a qual eu me refiro é a que eu chamaria de “explosões de sentimentos”. Sabe aquele momento, presente em vários animes shounen, em que os personagens simplesmente começam a gritar seus sentimentos, ou têm um longo monólogo interno sobre o que estão sentindo? Ou mesmo aqueles momentos em que algum personagem grita com outro, apontando as falhas desse outro e as mudanças de atitude que ele deveria ter? Este tipo de fórmula foi largamente usada em Digimon Adventure, e mais ainda em Digimon Adventure 02, bem como em uma série de outros animes. E embora útil para o espectador entender melhor os personagens, se pararmos para pensar estas são fórmulas que fazem bem pouco sentido. Digo, quando foi a última vez que você estava andando pela rua e viu uma pessoa gritar seus sentimentos a plenos polmões? Ou ainda, quando foi a última vez que gritar, ofender, ou mesmo socar alguém fez essa pessoa repensar suas atitudes e mudar sua personalidade? É, exato. Digimon Tamers, por outro lado, consegue evitar muito bem esses pequenos clichês.

Digimon Tamers // Review 12/02/2015 // 2
Matsuda Takato, protagonista de Digimon Tamers

Ao longo de toda a série, o desenvolvimento de personagem é dado muito mais pelas ações do que pela fala. Inicialmente, Takato é seu típico garoto de 10 anos. Ele não é particularmente determinado ou forte, praticamente beirando ao fraco. Ao longo da série, porém, ele vai ganhando confiança, força e determinação. Num dos primeiros episódios, quando Guilmon deixa o esconderijo em que Takato o colocou, o garotinho simplesmente sai correndo e chorando, chamando pelo parceiro. Mais para o meio da série, no entanto, quando Culumon é sequestrado e levado ao digimundo, Takato é o primeiro a decididamente propor uma viagem ao digimundo para resgatar o pequeno digimon. Ruki, por sua vez, começa o anime extremamente fria e sem emoção. Seu único objetivo é fazer sua parceira digimon, Renamon, ficar mais e mais forte, mesmo que isso inclua, eventualmente, atacar à Takato e Guilmon. Com o avançar da série, porém, ela vai se abrindo mais e mais, aceitando o convívio e, finalmente, a amizade dos demais tamers. Lee, finalmente, para ficarmos apenas em nosso trio principal, é talvez aquele que passa pelo desenvolvimento menos perceptível, mas ainda bastante marcante. No início da série, o garoto repudia a qualquer tipo de violência, mesmo explicitamente proibindo seu parceiro digimon, Terriermon, de evoluir ou lutar. Mas quando Zukkiaomon, uma das quatro Feras Sagradas, se recusa a entregar de volta Culumon, é Lee o primeiro a aceitar a força e a violência como um método por vezes necessário para se atingir a um objetivo.

Nenhuma dessas mudanças de atitude é discutida ou explicitada. Nenhuma delas se dá após longas brigas, discussões e debates. Elas simplesmente… acontecem. De forma gradual e natural, ao ponto que o espectador mal percebe como ela vai se desenvolvendo, só se dando conta quando estão as três crianças prestes a partirem para a última batalha contra D-Reaper. Neste momento, e considerando aqui a dublagem brasileira de Digimon Tamers, Takato diz aquela que talvez seja uma das minhas linhas favoritas de toda a série: “a gente não mudou” [1]. De fato, não mudaram. Cresceram, amadureceram, mas a essência de cada um permanece a mesma. Isso é o que realmente permite ao espectador aceitar a brutal diferença que existe entre estes personagens no final do anime e eles no começo do anime. E é algo que o mencionado “método explosivo” nem sempre consegue fazer, forçando no personagem uma mudança de atitude brusca que por vezes o faz perder a sua identidade inicial (seja isso algo bom ou ruim, não vou entrar nesse mérito agora).

Costuma-se dizer que Tamers tem um tom mais “dark” do que as séries que o precederam. Eu não sei até onde concordo com isso. A meu ver, o que Tamers tem, de fato, é um tom menos idealizado do que as séries que o precederam. O conceito de “monstros digitais” foi redesenhado do início, a fim de se produzirem efetivos monstros, animais com instinto assassino de alta periculosidade. O conceito de um mundo paralelo foi despido de muito de seu ideal “colorido”, sustituido por um mundo inóspito e perigoso. A ideia de vida artificial se voltando contra os humanos, seus criadores. A noção de que nenhum governo ficaria sem fazer nada enquanto monstros de outra dimensão invadem o mundo humano. Quando colocado nesses termos, Tamers de fato parece beirar uma desconstrução da ideia “crianças que ficam amigas de monstrinhos”. Mas no final, as coisas ainda acabam bem. O inimigo é derrotado. E, se alguma coisa, as crianças saíram desta experiência amadurecidas, não psicologicamente traumatizadas para toda a vida (rs). Ainda assim, é uma história que em nada subestima seu espectador, sobretudo se pensarmos que era, originalmente, um anime para crianças. Muito possivelmente foi isso o que rendeu a Tamers a fama, entre os fãs, de ser uma das séries mais “adultas” da franquia. Trata-se de uma série que se leva a sério na medida certa. E, no processo, leva o espectador a sério, deixando que ele pegue as diversas referencias e sutilezas que o anime vai lançando. E considerando o quanto parecemos estar acostumados a obras infantis tratando as crianças como verdadeiros imbecis, é natural que obras como Digimon Tamers talvez pareçam, a um primeiro olhar, demasiado “maduras” para a sua teórica audiência alvo.

Antes de encerrar a review, eu só deixou algumas poucas considerações sobre um dos elementos que, ao menos para mim, torna a série extremamente divertida de assistir: a musica. Como um todo, a franquia Digimon é bastante conhecida por suas musicas. E com toda a franquia tendo uma forte influência dos famosos tokusatsus, este é um dos poucos animes em que encontramos efetivas musicas no interior do anime, não apenas trilhas sonoras para certos momentos. E neste ponto, as musicas, via de regra, combinam perfeitamente bem com a história e as cenas. Sejam as diversas batalhas ao som de EVO, seja a despedida dos digimons ao som de Primary Colors (esta, inclusive, uma das minhas musicas favoritas em toda a franquia), a trilho sonora é algo que se destaca com bastante força no anime, dando as cenas ares que vão do épico ao melancólico. Em suma: um tipo de bom uso de uma fantástica trilha sonora que é difícil de se ver mesmo hoje em dia.

Como palavras finais, fica a minha recomendação para assistir a essa obra. Muitas vezes, tendemos a deixar o estereótipo de “obras para crianças” atrapalhar no momento de decidir assistir algo. Digimon Tamers, como toda a franquia Digimon, É para crianças. Mas isso em nada lhe é um demérito. É um anime bem planejado, bem executado, uma uma história bem amarrada, referencias bem utilizadas, personagens bem desenvolvidos e uma ótima trilha sonora. Uma obra que, ao menos na minha opinião, definitivamente vence o teste do tempo, sendo tão boa hoje quanto o era anos atrás. Definitivamente um anime que valhe a pena ver.

1 – Digimon Tamers, Episódio 50. Dublagem brasileira.

Imagens: Digimon Tamer, Episódio 1 – Nasce Guilmon.

9 comentários sobre “Review – Digimon Tamers (Anime)

  1. Lendo a sua análise sobre o anime, você me fez pensar em algo muito interessante. Talvez, nas devidas proporções Digimon Tamers seja uma desconstrução da fórmula criada nas séries anteriores, mostrando que o digimundo não é tão belo e colorido como se pensava e que as crianças devido a conviverem com monstros correm riscos de vida.
    Também aprecio o clima mais dark da história e o fator da humanidade, no caso as autoridades do mundo tentarem eliminar algo que não compreendem por completo e que temem.
    Quanto a personalidade dos personagens, eu acho interessante eles não evoluírem a base de discursos bonitos e a base de golpes recebidos. Os personagens mudam mais pelas ações do que pelas palavras e isso é muito interessante.

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    • Eu não sei até que ponto eu consideraria Tamers uma “desconstrução”, na verdade. Se formos parar para ver, as séries anteriores, sobretudo o primeiro Adventure, tinham já um clima bem “dark”. Em Adventure o mundo digital também é inóspito. Não tanto como em Tamers, mas ainda assim não é nenhum paraíso na terra rs. E também fica bem claro que as crianças correm um sério risco de vida, sobretudo na parte do Vandemon (Myotismon aqui), onde o objetivo final dele era MATAR a oitava criança. Ou mesmo em Apocalymon, que APAGOU as crianças da existência (e elas só voltaram porque… mágica rs). É, Tamers leva isso às últimas consequências, mostrando inclusive como essas lutas podem deixar as pessoas mentalmente instáveis (a Kato entrando em depressão ao perder o Leomon, mesmo o Takato entrando em rage mode após a morte do Leomon), mas eu não sei até que ponto isso é uma desconstrução de uma temática e até que ponto isso é uma expansão de uma temática.

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      • Oi Diego, sei que seu post é de vários anos atrás mas espero que veja meu comentário. Bom, sou um grande fã de Digimon, mais especificamente o Adventure, na minha opinião é o melhor e talvez o único que faça mais “sentido” e que tem um roteiro sólido do começo ao fim, tendo vários plot-twist bem interessantes. Já o Zero-Two, conhecido como Digimon 02, tem uma ótima proposta e evolui muito bem até a metade do anime, ele infelizmente desanda em certo ponto onde o final é forçado e acaba sendo decepcionante , inclusive tem um vilão que não aparece direito e o vilão final é vencido muito mais facilmente do que os anteriores; algo interessante é a viajem que eles fazem ao redor do mundo conhecendo outros digiescolhidos, apesar de eu preferir o plot-twist do Adventure quando eles descobrem que já houveram outros digiescolhidos antes deles e dá a entender que não existem outros e que o Digimundo depende apenas da luta deles, no 02 isso fica incoerente pois existem centenas de digiescolhidos pelo mundo mas os mais fortes e responsáveis por tudo são os do Japão e os outros ficam com uma participação com o se fossem escolhidos só para ajudar os do Japão ou algo do tipo. Então para mim o que faz valer o 02 são os personagens incríveis e a relação deles com os Digimons e tbm a função de todos os digiescolhidos do Adventure participarem do anime, o Taichi sem mitando e o Agumon muito sensato e falante kkk. Agora o que eu queria falar hehe, é sobre o “Tamers”: estou agora com 28 anos e todas essas conclusões que tiro são a mistura de quando eu vi com 11-12 anos e depois que revi eles agora (Em japonês claro), então quando via antigamente era diferente óbvio, eu entrei no mundo Digimon assistindo ao Adventure, e as músicas e trilha do Zero-Two são incríveis, mas lembro de não curtir o Tamers desde o primeiro episódio e não ver mais, apesar da abertura ser épica (Lendário sonhador), a dinâmica e o mundo de Digimon são diferentes, porém decidi assistir novamente, tbm com áudio original japonês, para ver se consigo assistir e gostar do anime. Estou atualmente no 10° episódio é tenho centenas de críticas. 1° Sei que tem 50 episódios mais ou menos, e estou muito no começo, mas está complicado, cagaram tudo a aconteceu nos anteriores, qual o sentido de ser um digiescolhidos??? Deveria ser ajudar a proteger o Digimundo, o Digimundo corre perigo então são escolhidas crianças que tiveram alguma relação com algum incidente com Digimons no mundo real, como quando o Greymon apareceu lutando com outro Digimon perto do prédio do Taichi e todos os digiescolhidos do Adventure viram alguma coisa em relação a isso ou quando no Adventure o dos mundos estavam colidindo e no céu dava para ver o Digimundo, no 02 os digiescolhidos pelo mundo foram crianças que olharam para o Digimundo no céu e por aí vai, mas em tamers não está assim, mas quem joga um jogo com Digimons, ou seja, todos conhecem os Digimons, como pode??? Como as empresas tiveram tanto conhecimento de todos os Digimons porém ninguém sabe que existem de verdade?? Aí crianças que jogam o jogo e tem alguma experiência emocional com i jogo acabam sendo digiescolhidos sem um motivo por trás disso, apenas são e pronto. 2° Digimons nascendo no mundo real: os Digimons não falam do Digimundo, é como se não existisse. Bom, estou bem decepcionado mas vou assistir todo, gosto mundo dos personagens e até mesmo do digimon inventado por Takato, o Guilmon que foi uma grande inovação em relação aos animes anteriores. Tenho mais coisas para falar porém o texto está gigante e nem sei se você vai ver kkk então fico por aqui, abraço!!! Pode me add no face: Edenilson Machado Peixoto

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        • Eu sempre leio os comentários aqui do blog :D

          Bom, pra começar, eu também tenho um carinho muito especial por Adventure. É um anime muito bom também, e diria que ele e Tamers são o melhor que a franquia tem a oferecer. Então entendo que você prefira Adventure. Inclusive, eu lembro que quando vi Tamers quando criança eu também não tinha gostado muito, achando a história muito devagar rsrs

          Mas assim: Tamers é toda uma outra pegada mesmo. Foi uma tentativa de reboot do anime, algo que o estúdio responsável, Toei Animation, faz com muita frequência. Só olhar Pretty Cure, que também teve um reboot após as primeiras duas séries. Adventure é muito mais uma história de fantasia, enquanto que Tamers tenta ir um pouco mais para o lado da ficção científica, e justamente por isso esse começo de Tamers soa bem mais mundano.

          Em adventure, as crianças são chamadas ao Digimundo com um propósito claro, enquanto que em Tamers é mesmo como você colocou: os digimons surgem no nosso mundo “porque sim”, porque a criança forma uma conexão especial com eles. E demora até Tamers entrar no que será a sua trama principal. Mas todo esse começo é bastante necessário, já que vai estabelecendo personagens, conflitos e aquele universo. Muito do que será importante mais pra frente é levantado aqui já.

          E Tamers é uma série bem “redonda”. Por exemplo, como empresas podem saber sobre os digimons? Há uma explicação pra isso, ligada à própria origem do digimundo nessa série, mas que vem só bem lá pra frente na história.

          O crescimento dos personagens (que eu até diria que é bem mais natural do que o que temos em Adventure) e como o anime vai respondendo os mistérios que vai levantando é grande parte do charme dessa série, então vale a pena insistir um pouquinho rs. Mas claro, se ainda assim preferir Adventure, ou qualquer outra série que seja, é uma questão de gosto afinal xD

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          • wow Muito obrigado por responder :D
            Tinha muitos amigos na infância que curtiam Digimon, porém agora somos adultos né kkk e não conheço nenhum que assista esse tipo de anime, na verdade meus amigos otakus com o tempo pararam de ver animes e ler mangás para ver séries na netflix kkk eu assisto muito netflix tbm mas não deixei de acompanhar meus mangás e animes, estou sempre ‘revendo’ algum anime antigo, yuyu hakusho, inuyasha, primeiras temporadas de bleach e naruto, do nada vejo um episódio e quando ver estou vendo uma temporada atras da outra kkk.
            Bom, mas sobre o Tamers, estou tentando não ser tão crítico ao assistir, quando terminar de assistir eu volto aqui e faço uma análise do anime como um todo.
            Abraço!!!

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  2. Ótima crítica.

    Estou assistindo Tamers em japonês, lembro que acompanhei na TV Globinho mas na época foi uma série que não me marcou igual Adventure e Adventure 02 (e também estudava de manhã, o que impedia assistir todos os episódios certinhos, enfim, tenho poucas lembranças). No momento foram 7 episódios e estou MALUCO por essa série, sério, é excelente demais.

    De principio o que mais se destacou para mim é em como os roteiristas se esforçaram na criação dos personagens, e isso vão desde os humanos até os digimons, todos possuem um grande carisma e personalidade distintas que se conflitam em algum momento, enquanto em Adventure os digimons do grupo principal são bem mais rasos, estando ali apenas para suporte na maioria dos casos. Outro ponto que fiquei surpreso foi em como a série aborda a sua temática, trazendo um clima bem mais “pesado” por questionar diversas coisas, como autonomia dos digimons, reagir a perda de “alguém”, se são seres vivos de verdade ou não e a moralidade das lutas, já que até o momento aqui os tamers que incitam os digimons nelas, e não é um meio meramente para a sobrevivência igual em Adventure.

    Ainda estou no comecinho mas já me pego viciado na série, os episódios parecem ter 5 minutos de tão rápidos que passam, é um ótimo exemplo de que o termo “é voltada para crianças” em nenhum momento causa conflito em “ser interessante para adultos mesmo assim” (cof cof, Saint Seiya Netflix, cof cof).

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