Os Destaques da Temporada de Inverno 2020!


Velho quadro, novo formato!


No meu artigo de destaques da temporada de outono 2019 eu mencionei que estava bastante insatisfeito com o quadro, e sentia que ele precisava de mudanças.

Os dois maiores problemas do quadro estavam no “10” e no “destaques”. Nem toda temporada tem 10 ótimos animes (algumas não tem nem 10 bons animes), mas eu ainda assim sentia a necessidade de atingir o número mágico – por vezes tendo de incluir títulos medianos só para resultar em 10 entradas. E isso já estava me incomodando.

Pois daqui pra frente eu quero implementar um novo formato para o quadro. Nada mais de ter de atingir um número específico de entradas: se eu terminei o anime, ele aparece aqui. Mas nada mais também de uma única lista monolítica: ao invés disso, os animes serão agora agrupados em três categorias, a depender de suas qualidades: bronze, prata e ouro.

Cada categoria traz um pequeno texto introdutório explicando o que eu quero dizer com a “nota”, e espero que assim eu consiga deixar um pouco mais claras as minhas impressões não só dos animes que vi, como também da temporada como um todo.

E sem mais delongas, vamos então aos animes!

.

Mas Antes…


Runway de Waratte, episódio 1

Não importa quanto tempo você tenha, nunca parece ser o suficiente. Há diversos animes que eu gostaria de incluir nesta lista, mas que evito por ainda não ter terminado de assisti-los. E postergar demais o lançamento deste artigo seria correr o risco de perder o timing, dado que a próxima temporada já vai começando.

Sendo assim, queria ao menos deixar aqui algumas menções honrosas aos animes que não consegui terminar, mas que certamente o farei no devido tempo.

Rikei ga Koi ni Ochita no de Shoumei Shitemita foi a mais nova comédia romântica da temporada, que pra mim se destacou sobretudo pelo elenco universitário e por uma declaração de amor logo nos primeiros minutos. Por agora eu só vi dois episódios, mas gostei bastante deles.

Somali to Mori no Kamisama, episódio 1

Somali to Mori no Kamisama e Runway de Waratte são os dois que eu mais lamento não ter terminado a tempo, pois do pouco que vi eu sinto que daria posições bem altas a ambos. Somali é visualmente estonteante, e a pura energia que Runway consegue demonstrar é contagiante. Infelizmente, ainda estou no episódio 3 do primeiro e 4 do segundo.

Finalizando, teve dois animes que eu vi o primeiro episódio e decidi, justamente pela falta de tempo, colocá-los de lado para assistir quando pudesse. Estes foram Pet e Uchi Tama?! Uchi no Tama Shirimasen ka? Um dia ainda chego neles!

E agora sim, passemos aos animes que eu de fato terminei!

.

★★★ BRONZE ★★★


Nem todo anime que terminamos é lá uma obra-prima. Muitos nós vemos por serem um bom entretenimento momentâneo. Obras que provavelmente esqueceremos tão logo subirem os créditos finais, mas que ainda assim foram divertidas de acompanhar enquanto duraram. A estes fica o terceiro posto no pódio da temporada.

Murenase Seton Gakkuen!

Murenase Seton Gakkuen, episódio 1

Dir. Hiroshi Ikehata | Gokumi | Comédia, Slice of Life

Eu posso resumir Murenase Seton Gakkuen como uma comédia com algumas boas piadas, salpicada ainda de fatos sobre o mundo animal que podem, há de reconhecer, ensinar uma coisinha ou duas para sua audiência. Agora, isso é o bastante? Acho que podem imaginar minha resposta dado o posto do anime nesta lista.

Enquanto eu não me arrependo de ter acompanhado a série (como eu disse, ela tem algumas boas piadas), eu também não sinto que possa recomendá-la. Simplesmente há comédias muito melhores para se ver, salvo talvez se você tiver um ardente desejo de ver garota-animais (e neste caso eu diria que há sites melhores para se ver…).

O fato do anime ser um pseudo-harém protagonizado por um tsundere é… diferente… mas não o bastante para me fazer ter a série em maior estima. Ah, mas a música de abertura é bem legal.

.

Kyokou Suiri

Kyokou Suiri, episódio 1

Dir. Keiji Gotou | Brain’s Base | Mistério, Sobrenatural

Se existe um anime nesta lista para o qual eu realmente queria dar uma nota mais alta, este é esse anime. Infelizmente, Kyokou Suiri (In Spectre) é o perfeito exemplo de como uma má execução pode prejudicar uma excelente premissa.

Aos que por ventura não viram o anime e forem procurar a sua sinopse, não se deixem enganar. Este não é um anime sobre yokai, por mais que nossa protagonista seja a mediadora entre estes e os humanos. Antes, Kyokou Suiri é uma obra sobre a pós-verdade. Sobre como a percepção das pessoas sobre o que é a verdade por vezes importa mais do que a própria verdade.

Infelizmente, o anime peca por excesso de exposição. Desde personagens repetindo o que outros já tinham dito até personagens falando o que acontece em tela, “sutileza” não é uma palavra que o anime pareça conhecer. Como resultado, soa como se a série não confiasse na própria audiência – ou como se estivessem enchendo linguiça para dar o tempo de cada episódio.

.

Darwin’s Game

Darwin’s Game, episódio 1

Dir. Toshinobu Tokumoto | Nexus | Ação, Battle Royale

Eu fui para Darwin’s Game sem qualquer expectativa. E terminado o primeiro episódio eu decidi que assistiria o seguinte, mas que muito provavelmente abandonaria o anime muito em breve. No fim, este foi talvez um dos títulos mais divertidos da temporada – pelo menos pra mim.

Note que divertido não necessariamente quer dizer bom. O anime ainda é um battle royale repleto dos vícios que seu predecessor mais famoso, Mirai Nikki, ajudou a popularizar. Ainda assim, não posso negar que Darwin’s Game tenha seu charme.

Não há nada de mais aqui. Nem nada de muito profundo. É entretenimento pipoca, puro e simples. Mas que sabe muito bem como ser um. É um anime que eu recomendaria para os que gostam do gênero, e mesmo talvez para aqueles que ainda não estão saturado dele.

Minha única maior crítica à série seria quanto à sua animação. Bom, se bem que talvez “animação” não seja bem a palavra. O movimento dos personagens é ok, mas várias vezes eles parecem meio “off model”. Nada de ofensivo, mas é, tá ali.

.

Koisuru Asteroid

Koisuru Asteroid, episódio 1

Dir. Daisuke Hiramaki | Doga Kobo | Slice of Life

Ah como eu tenho sentimentos mesclados para com esse anime… Porque vejam, em sua maior parte Koisuru Asteroid (Asteroid in Love) é o seu típico anime “garotas fofinhas fazendo coisas fofinhas”. Um gênero que eu gosto, mas que reconheço sem nenhum problema que já está bastante saturado.

Hoje em dia é preciso uma execução excepcional para que um anime do tipo se destaque. E Koisuru Asteroid não é excepcional. Mas…

Acontece que há elementos bem interessantes aqui. Sobretudo como o anime não vê problema em alterar (por vezes drasticamente) o status quo. As duas veteranas do clube da vez se formam no meio da série, o que já deve dizer muito para aqueles familiares com o gênero. E coisas do tipo povoam toda a segunda metade da obra.

As personagens também são um pouco mais do que puros arquétipos, algo que o anime consegue explorar com surpreendente sutileza em alguns momentos. Nada que me faça dar uma posição melhor à obra, mas o bastante para ter a minha recomendação – ao menos para os fãs do gênero.

.

Natsunagu

Natsunagu, episódio 1

Dir. Yasuyuki Honda | Imagical Lab | Drama

E cá está o primeiro short da lista! Diga-se de passagem, esta foi uma ótima temporada para o formato. Infelizmente, eu tenho que deixar Natsunagu como o lanterninha entre seus iguais.

Enquanto eu não gosto de dizer que um anime “fica bom depois do episódio X”, eu acho que isso bem descreve Natsunagu. Sua primeira metade, ainda que não seja ruim, faz bem pouco em termos de prender a atenção da audiência. Sua segunda metade, porém, é quando a série entra de fato no seu drama central, contando uma tocante história sobre o reencontro de duas amigas.

O anime foi encomendado pela prefeitura de Kumamoto, como uma forma de dizer que a região está se recuperando após o terremoto que a atingiu (acredito eu que) em 2016. E isso eu diria que a série faz muito bem, ainda que sua natureza propagandista faça alguns eventos soarem meio forçados (ou talvez as pessoas no Japão sejam mesmo super legais com estranhos, vai saber).

Com apenas 4 minutos por episódio, vale a pena insistir mesmo que o começo não te prenda. Ah, e o encerramento é o melhor da temporada! You can’t change my mind!

.

★★★ PRATA ★★★


Entre o comum e o excepcional, o espectro é bastante vasto. Todos aqui mencionados merecem o título de destaques da temporada, mas por um ou outro motivo eu hesito em lhes dar uma posição mais elevada. Memoráveis e cativantes, eles não são o que a temporada teve a oferecer de melhor, mas chegaram bem perto.

22/7

Nanabun no Nijuuni, episódio 1

Dir. Takao Abo | A-1 Pictures | Idol, Música

Nanabun no Nijuuni é um anime fascinante – quer você o tome por seu próprio discurso, quer o analise mais profundamente. Uma série que reconhece alguns dos piores aspectos do meio idol apenas para pouco depois dizer que ou eles não são realmente um problema, ou são, na verdade, algo bom para as próprias idols!

E talvez pareça estranho colocá-lo entre as séries de destaque da temporada, dadas algumas de suas mensagens, mas é como eu disse: é um anime fascinante, mesmo que você discorde do que ele diz. Ademais, mensagens de lado ele conseguiu de fato criar um elenco bastante carismático e surpreendentemente bem trabalhado.

Em seu pior, NanaNiji tem menores de idade sendo pressionadas a fazer poses sensuais de bikini. Mas em seu melhor o anime consegue entregar histórias genuinamente tocantes sobre família, amizade, perda e desenvolvimento pessoal. Além de um ou outro episódio que, sem exagero, me fizeram rir alto.

Quer você o veja como a propaganda que é, quer o veja como a história que ele quer ser, vale a pena dar uma conferida no título.

.

Ishuzoku Reviewers

Ishuzoku Reviewers, episódio 1

Dir. Yuuki Ogawa | Passione | Comédia, Ecchi

Vamos deixar uma coisa bem clara logo de início: esse anime é basicamente pornografia softcore. Tem um motivo pelo qual dois canais de televisão no Japão tiraram o anime de suas grades, e é o mesmo pelo qual o serviço de streaming Funimation removeu o título do seu catálogo.

Isso posto, eu também não diria que é justo reduzir o anime a tanto. Até porque as próprias cenas explicitamente eróticas perfazem bem menos de cada episódio do que você esperaria.

Temos um elenco bastante carismático aqui, com personalidades distintas e muito bem caracterizados. O worldbilding surpreende em seu nível de detalhe. E muito antes de ser um pseudo-hentai a série é, em fato, uma comédia. E uma que nunca falhou em me arrancar algumas risadas.

Além disso, por problemática que possa soar a premissa de um grupo de homens fazendo resenha da performance sexual de garotas de programa, há de se apontar que o anime trás uma mensagem bastante positiva sobre imagem corporal, apontando que sempre haverá quem te ache atraente – pouco importa o seu físico.

.

Isekai Quartet 2

Isekai Quartet 2, episódio 1

Dir. Minoru Ashina | PuYUKAI | Comédia, Paródia

Eu posso resumir Isekai Quartet em uma frase: muito melhor do que tem qualquer direito de ser.

Sim, esse anime é, em essência, apenas um grande comercial. Talvez mais até do que a média, alguns diriam. Ele existe tão somente para promover algumas das séries mais populares da gigante Kadokawa, e só deve continuar existindo enquanto essas séries se mantiverem relevantes. Ainda assim, eu digo: há de se reconhecer uma boa propaganda quando se vê uma.

Assistindo aos episódios fica evidente o cuidado e o carinho da equipe por essas séries. Ser uma boa comédia que saiba brincar com essas variadas personalidades já seria bom o bastante, mas são coisas como pequenos acenos a momentos marcantes dos animes ou informações das light novels que elevam essa série acima de outras paródias similares.

Foi um dos títulos mais divertidos de se acompanhar nessa temporada e mal posso esperar pela continuação!

.

Heya Camp

Heya Camp, episódio 1

Dir. Masato Jinbo | C-Station | Iyashikei, Slice of Life

Acho que todos podemos concordar que é muito bom ter essas campistas de volta! Ao mesmo tempo, acho que todos também podemos concordar que os episódios bem podiam ter mais de três minutos.

Yuru Camp é uma série que vive em sua atmosfera. Um iyashikei, que relaxa e conforta quem assiste. Heya Camp bem tenta recapturar essa atmosfera, mas não pude deixar de sentir que três minutos não é o bastante – ou, no mínimo, não permite ao anime se tornar tão marcante quanto o seu predecessor.

Isso posto, é fato que Heya Camp é uma ponte. Algo para manter a franquia relevante até o lançamento da já anunciada segunda temporada da série principal. E isso ele faz muito bem: sai do anime ainda mais ansioso pela continuação do que já estava.

No mais, um foco maior no clube de atividades ao ar livre é bastante bem-vindo, e o pequeno twist ao final é wholesome tanto quanto muito bem pensado. E que venha logo a próxima temporada!

.

Housekishou Richard-shi no Nazo Kantei

Housekishou Rochard-shi no Nazo Kantei, episódio 1

Dir. Tarou Iwasaki | Shuka | Drama, Mistério

E aqui nós temos a joia perdida da temporada! Trocadilho intencional, claro, mas também verdadeiro. O anime, enquanto não uma obra-prima, é de fato muito bom, e é uma pena que tenha sido bastante ignorado pelo público em geral.

Pessoalmente, eu gosto bastante desse tipo de anime. Séries mais episódicas, com um elenco adulto e uma mescla de mistério com qualquer que seja a profissão desses personagens – no caso, compra e venda de pedras preciosas. Animes como Gallery Fake ou, para ficar num exemplo mais recente, Kyoto Teramachi Sanjou no Holmes.

São séries que vivem e morrem nas histórias individuais que conseguem contar, e acho que isso bem se aplica a Housekishou. Tanto que eu sinto que a série é bem mais forte quando está lidando com seus casos mais episódicos do que quando tenta fazer um arco mais longo.

Gosto também como a série se dispõe a tocar em temas como a homossexualidade ou abuso doméstico com o devido respeito e cuidado. Não é perfeito, mas ainda tem a minha recomendação.

.

Boku no Hero Academia, 4ª Temporada

Boku no Hero Academia season 4, episódio 1

Dir. Kenji Nagasaki | Bones | Ação, Super-Heróis

Essa é provavelmente a mais entrada mais difícil de se comentar. Digo, o que falar sobre essa quarta temporada que já não tenha sido dito sobre as três anteriores?

Acho que o que eu posso dizer é que ainda é Boku no Hero. Se você não gosta da franquia, não é essa temporada que o fará mudar de ideia. Se gosta, porém, essa temporada pode ser curiosamente divisiva. Adaptando três arcos do mangá, enquanto é consenso que o primeiro é muito bom e pouca gente parece se importar com o segundo, o terceiro, do festival escolar, divide opiniões.

De minha parte eu entendo porquê. Especialmente no formato de “anime de temporada”. De certa forma, aqui se faz o inverso do que normalmente se espera numa história do tipo: começamos a temporada com um dos arcos mais sérios da obra, e terminamos com um dos mais low stakes.

Estaria mentindo se dissesse que gostei do arco do festival quando este começou. Mas conforme a história foi avançando, e sobretudo em seus episódios finais, eu terminei me divertindo bastante com ele. É um arco que tem muitos bons momentos, o que eu diria que resume Boku no Hero: uma história feita de bons momentos. E agora é esperar a quinta temporada.

.

★★★ OURO ★★★


Visualmente estonteantes. Tematicamente profundos. Ou tão somente muito, muito divertidos. Várias são as qualidades que podem elevar uma obra do bom ao excelente. Estes são os títulos que deixaram sua marca, por qualquer motivo que seja. Os melhores que a temporada teve a oferecer, são aqueles que levam a medalha de ouro.

Rebirth

Rebirth, episódio 1

Dir. Shinobu Yoshioka | LIDENFILMS | Comédia, Slice of Life

O último short desta lista e também o melhor moe desta temporada! Eu fui para Rebirth sem grandes expectativas, e sai dele tendo já um dos meus favoritos do ano.

Tecnicamente falando o anime existe para promover o card game de mesmo nome, mais nova produção da fabricante Bushiroad (a mesma de jogos como Cardfight!! Vanguard e Future Card Buddyfight). Na prática, porém, Rebirth é muito melhor descrito como “garotas fofinhas jogam cardgames”. Um divertidíssimo slice of life, com ocasionais menções ao cardgame original.

O foco do anime está na comédia, algo que ele faz muito bem. Do absurdo ao mundano ao #relatable, é um anime que não falha em arrancar algumas boas risadas, ainda mais se você já jogou qualquer card game que seja na vida. E que conta, ainda, com um vasto elenco de personagens carismáticas, divididas aqui em dois núcleos principais.

É fácil de entender porque o anime passou reto pela maioria. Shorts já não tendem a receber muita atenção; some ainda que é um moe e um anime de card games e imagino que a maioria não pensou duas vezes antes de ignorar a série. Mas se procura algo pra te fazer rir por uns 3 minutos, eu não poderia recomendar esse anime o bastante.

.

Jibaku Shounen Hanako-kun

Jibaku Shounen Hanako-kun, episódio 1

Dir. Masaomi Andou | Lerche | Comédia, Sobrenatural

E nisso chegamos nos dois animes que quase não levam o ouro. E isso porque, por belíssimos que sejam, ambos partilham do mesmo pequeno problema: cadê o resto da história?!

Hanako-kun é ainda o caso mais grave, dado que o anime só… para. Geralmente séries do tipo tentam, na completa impossibilidade de contar toda a sua história (dado o mangá ainda em lançamento), pelo menos fechar um arco. Hanako-kun não tenta nem isso, e ainda faz questão de deixar vários mistérios no ar.

Apesar disso, a qualidade geral da obra é inegável, a começar com a sua produção. Esse é um anime que troca a animação fluida pelo alto nível de detalhe, o que significa que cada quadro é um verdadeiro colírio para os olhos, por mais que não muito esteja se movendo na tela.

O elenco é também bastante carismático, e vale apontar ainda como Hanako-kun é muito mais uma comédia do que uma história de ação – papel esse que interpreta muito bem. Mas sério, cadê o resto da história?!

.

Magia Record: Mahou Shoujo Madoka Magica Gaiden

Magia Record: Mahou Shoujo Madoka Magica Gaiden, episódio 1

Dir. Gekidan Ino Curry | Shaft | Ação, Garota Mágica

Ok, sendo justo, pelo menos Magia Record já teve sua segunda temporada anunciada. Eu me questiono se será o bastante para fechar a história, mas isso nós discutimos quando a continuação sair. Por agora, falemos do que temos.

Em seu melhor, Magia Record é Madoka Magica, em tudo que fez a série original tão memorável. Cenários tão imaginativos quanto perturbadores. Twists que recontextualizam muito do que sabíamos até então. E claro, um elenco carismático de personagens psicologicamente quebradas.

Em seu pior, porém, o anime é a sua típica adaptação de jogo mobile. Um elenco grande demais para os limites da série, resultando em vários personagens esquecíveis ou postos de lado. Uma estrutura que bem lembra as missões de um videogame. Não torna o anime ruim, mas denuncia suas origens – e seu propósito.

Vale também avisar que Magia Record não é um bom ponto de entrada para a franquia, dado que ele claramente pressupõe que você já viu a série original. Mas se este for o caso, eu diria pra dar uma chance.

.

Itai no wa Iya nano de Bougyoryoku ni Kyokufuri Shitai to Omoimasu

Itai no wa Iya nano de Bougyoryoku ni Kyokufuri Shitai to Omoimasu, episódio 1

Dir. Shin Oonuma | Silver Link | RPG, Slice of Life

E aqui nós temos a mais nova adição ao gênero “garotas fofinhas fazem RPGs”! Ao menos desta vez temos um RPG de fato, ao invés de um mundo de fantasia que apenas lembra um (vide Endro~ e Noukin).

Bofuri figura fácil entre os títulos mais divertidos da temporada. Uma comédia muito bem executada, completa com um elenco carismático e uma protagonista absolutamente adorável. Mas não é só por isso que eu o incluo entre os melhores da temporada.

Creio que a maior força do anime está no quão bem ele entende MMOs. Nem tanto na prática – New World é bastante quebrado, convenhamos -, mas em espírito. Explorar ambientes desconhecidos, aprender novas habilidades, vencer torneios e competições, jogar com velhos amigos e mesmo fazer novas amizades.

É em promessas do tipo que a maioria dos MMOs se vendem, e Bofuri aplica cada uma delas à sua história. Tanto que eu sempre ficava com vontade de jogar alguma coisa ao final de cada episódio. E que venha logo a próxima temporada!

.

Id:Invaded

Id:Invaded, episódio 1

Dir. Ei Aoki | NAZ | Mistério, Policial

Id:Invaded não é perfeito. Entre seus maiores defeitos eu incluiria um elenco secundário muito pouco explorado, a previsibilidade de seu mistério maior, além de um worldbilding que vai exigir bastante da sua suspensão de descrença. Mas onde o anime acerta, ele realmente acerta.

Em primeiro lugar nós temos os diferentes mundos que nossos “detetives brilhantes” visitam. Imaginativos em conceito, desafiantes enquanto mistério, mas também sempre dizendo algo sobre os assassinos em série que a equipe busca deter.

Logo em seguida nós temos nosso elenco principal. Enquanto nem todos são particularmente bem desenvolvidos – diria mesmo que apenas o Narihisago tem um maior desenvolvimento de fato -, todos ainda são muito bem caracterizados e, mais importante, bastante carismáticos.

Finalmente, esta é uma série que sabe criar momentos memoráveis, sobretudo quando faz uso de sua excelente trilha sonora. É o tipo de anime que eu não queria que acabasse, e que foi muito bom enquanto durou. Fica, pra mim, como o segundo melhor da temporada.

Porque é claro que ainda falta uma entrada…

.

★★★ PLATINA ★★★


Nem todo anime que vemos é uma obra-prima. Alguns, porém, de fato o são. Séries que, para além de se mostrarem especiais em sua temporada, se provaram excepcionais em sua mídia. Animes do tipo são raros. E há de se apreciar quando aparece algum.

Eizouken ni wa Te wo Dasu na!

Eizouken ni wa Te wo Dasu na!, episódio 1

Dir. Masaaki Yuasa | Science SARU | Slice of Life

Uma carta de amor à animação. Assim foi bastante descrito Eizouken ni wa Te wo Dasu na! Não sem motivo, é preciso reconhecer. É um anime que exala paixão, tanto da parte de suas personagens quanto da parte de sua equipe.

Visualmente impressionante, sobretudo em seus cenários, o anime é também uma exploração das dificuldades e limitações inerentes à sua mídia. Não é um trabalho fácil, como nossas três protagonistas vão aos poucos descobrindo. Idealismo muitas vezes precisa dar lugar à praticalidade. E mesmo assim, sabendo lidar com o imprevisto ainda é possível criar algo especial.

É um anime tematicamente muito rico, que explora muito bem as nuances envolvidas no processo criativo. E que faz não poucos acenos à história de sua mídia. Tudo isso, vale mencionar, complementando um elenco bastante carismático de personagens, cada qual com seus próprios dramas e suas próprias aspirações.

Melhor anime do ano? Eu não gosto de fazer previsões do tipo tão cedo. Há muito chão pela frente, ainda. Mas eu vou dizer o seguinte: ficarei bastante impressionado se sair algo melhor que Eizouken tão cedo.

Primeira imagem: Eizouken ni wa Te wo Dasu na!, episódio 1

Publicidade

2 comentários sobre “Os Destaques da Temporada de Inverno 2020!

  1. Também gostei de “Housekishou Richard-shi no Nazo Kantei” e o recomendo para quem gosta desse tipo de história. Acompanhei o “Natsunagu”, o “Somali to Mori no Kamisama” e o “PET” e não os indico para ninguém, não… rsrs Começaram legais, mas depois foram decaindo. A quarta temporada de “Haikyuu” foi legal, mas não tão empolgante quanto as outras, mas a próxima deve ser.

    Curtir

  2. Sinceramente, uma das partes que mais gostei em Eizouken foi toda a paixão que todo o elenco praticamente, até a Kanamori, exalava forte, desde as protagonistas ao pessoal meio secundário que aparece.

    Curtir

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Imagem do Twitter

Você está comentando utilizando sua conta Twitter. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s