Comentários Semanais – JoJo Parte 5; Boogiepop; Neverland; e muito mais.


O que assisti essa semana


Olá a todos, e começa aqui mais um Comentários Semanais \o/ Desta vez com nada menos do que quinze estreias, fora os animes ainda em lançamento e todas as demais seções além da temporada atual. Talvez um dos textos mais longos aqui do blog, e com certeza o post de comentários mais longo até aqui.

Na temporada passada, quando primeiro comecei esses comentários, eu tentei cobrir tudo o que eu tinha visto na primeira semana em um só texto, e por isso fiz comentários breves de apenas um parágrafo. Aqui, eu mantive a ideia de comentar tudo da primeira semana, mas sem me segurar em termos de tamanho das entradas. Espero que gostem… só não sei se faria de novo, porque haja trabalho!

Ah, e temos uma estreia na seção de animes antigos. Não deixem de dar uma lida até o final! E sem mais delongas, vamos então ao artigo /o/


Temporada de Inverno / 2019


JoJo no Kimyou na Bouken: Ougon no Kaze, episódio 14

Em JoJo nós continuamos o arco de transporte da filha do chefe, que até aqui vem se mantendo surpreendentemente quieta. Após pedir uma marca específica de água mineral e mais algumas tranqueira alguns episódios atrás, a menina mal abriu a boca nesse episódio. O que é interessante: em dado momento o próprio Fugo se pergunta o que será que ela própria pensa de toda essa situação e como será que ela se sente, e de fato, é muito difícil de adivinhar o que se passa na cabeça dela.

No âmbito da trama, somos introduzidos a dois novos vilões. Pra ser sincero, eu não lembro quantos integravam esse grupinho rebelde, mas imagino que não restem muitos mais. Em termos de novos stand, o poder de envelhecer as pessoas é um bem interessante, mas ainda quero ver quais as propriedades ofensivas daquele stand vara de pescar. Digo, seria meio sem sentido atrair o inimigo pra você sem ter como descer a porrada nele uma vez que estiver por perto, né? Mas acho que isso já vamos ver no próximo episódio.

Ah, e temos a tartaruga! Adoro como JoJo vem se mantendo consistente em sua tradição de ter pelo menos um animal com stand por parte. Tivemos aquele gorila e o Iggy na parte 3, aquele rato na parte 4, e agora temos uma tartaruga! Me pergunto se ela nasceu com um stand ou se tomou uma flechada. E se for o segundo, será que essa máfia fica experimentando com animais, metendo a flecha neles até sair algum com um poder útil? Provavelmente não, mas é legal teorizar.

Kaze ga Tsuyoku Fuiteiru, episódio 12

E começa então o segundo cour de Kaze ga Tsuyoku! E antes de mais nada, permitam-me dizer que eu preferia a abertura antiga! Mas isso deixado claro, nossa história continua exatamente de onde havia parado antes desse pequeno hiato do anime, e eis que mais dois membros do time conseguem tempos oficiais (por muito pouco, mas ei, ta valendo). Com isso são… sete? Hum. Mais rápido do que eu esperava. Mas ainda quero ver como farão o Príncipe conseguir.

Como seria de se esperar, vimos o fotógrafo do episódio anterior se aproximar do time sobretudo por um interesse no Kakeru, que por sua vez segue não querendo falar do seu passado. Acho que nesse ponto já está bem claro que ele agrediu alguém durante seus anos de escola, só precisamos agora saber quem e qual o contexto, o que eu acredito que será trabalhado já no próximo episódio. Em todo caso, bom ver que o Haiji notou o desconforto do companheiro e fez o time dar o fora dali.

E falando no Haiji, foi também legal vê-lo agir com maturidade diante das provocações daquela outra escola, durante o acampamento de treino. Embora eu adoraria vê-lo competir e vencer, é verdade que a atitude mais adulta ali era apenas apontar a infantilidade daquele tipo de desafio. E esses personagens são, afinal, adultos. Ainda assim, se o outro time continuar atrapalhando o treino, os protagonistas precisarão pensar em alguma coisa. O silêncio e o não confronto podem soar adultos, mas quando se tornam prejudiciais para aqueles que ficam quietos há de se perguntar se vale a pena mantê-lo.

Boogiepop wa Warawanai, episódio 3

E com este episódio, encerra-se o primeiro arco do anime. E também fica evidente um sério problema dessa adaptação: ela é claramente apressada demais. O resultado é que o anime parece ter se focado muito mais em adaptar os acontecimentos da light novel original do que aqueles que eu presumo serem os seus temas.

Com o quadro completo, é possível recontextualizar algo que a Boogiepop disse no episódio 1: que a humanidade estava em perigo, e, algum tempo depois, que o perigo havia passado e que não havia sido ela a resolver o problema. Com esse terceiro episódio, me parece bem claro que a maior ameça nunca foi o Manticore, mas sim o Echos: voltasse ele para a fonte com um veredito negativo da humanidade, esta seria aniquilada. E de fato, não foi a Boogiepop quem resolveu esse problema, mas sim as diferentes pessoas que ajudaram o Echos aqui na Terra, levando-o a concluir que a humanidade, por problemática que seja, ainda possui potencial para o bem. E tão logo esta questão está resolvida, a Boogiepop pode dar cabo do Manticore.

É uma temática interessante, até, mas que não se transmite bem com a pressa do anime. Ao ponto mesmo de que, apesar de sementes dessa discussão já terem sido plantadas logo no começo, quando a Boogiepop primeiro ajuda o Echos, eu só vim a percebê-la ao final desse terceiro episódio. Isso talvez se justifique pela adaptação querer avançar logo para os próximos arcos, mas eu espero que estes sejam interessantes o bastante para compensar essa pressa.

Dito isso, mesmo sem uma temática devidamente explorada esse arco ainda foi divertido de assistir. A sensação de um quebra cabeças que vai se montando é bastante palpável aqui, e você realmente termina o arco entendendo o que se passou. O único mistério que fica é que pelo visto a Nagi e a Boogiepop já se conheciam, o que eu imagino que será trabalhado no futuro, então fico no aguardo.

Dororo, episódio 1

E a partir daqui nós começamos as estreias da temporada, já de início com uma das mais sólidas até aqui: a mais nova adaptação do mangá de Osamu Tezuka, Dororo. Que, diga-se de passagem, já começa fazendo diversas mudanças no material original: e para a melhor. De 48 demônios no original (que Tezuka nunca nos mostrou porque ele basicamente desistiu do mangá e fez um final super apressado), o anime diminuiu para 12, uma quantia muito mais manejável e que parece pode indicar que o anime terá um final diferente do mangá (o que eu apoio e muito!).

Sobre o anime, eu gostei bastante da sua atmosfera, e de como ela soube transitar bem entre o clima mais sério e pesado que envolve toda a história do Hyakkimaru, em contraste com o clima um pouco mais leve que representa o lado do Dororo. E claro, Mappa demonstrando que sabe fazer uma cena de ação: a animação da batalha ao final do episódio foi mesmo excelente. A história em si ainda está bem no começo, mas diria que foi um primeiro episódio extremamente bem feito, apresentando tudo o que era preciso apresentar para prender a atenção do espectador.

Dentre todos os animes da temporada, este era a minha maior aposta. Minha única preocupação era o quão fiel a adaptação seria, e isso justamente por desgostar de alguns elementos do original. Mas esse primeiro episódio provou que eram preocupações infundadas, e que o anime está mais que disposto a modificar para a melhor a história onde achar necessário.

Yakusoku no Neverland, episódio 1

Eu fui pra esse anime sem lá muitos spoilers. Eu sabia que a protagonista era uma garota, que a história se passava em um orfanato do qual as crianças não podiam sair, e que a vilã de fato seria a “Mama”. Ah sim, e que se tratava de um mangá da Shounen JUMP. Mas tirando isso, eu não tinha lá muita ideia do que esperar da obra. Mas olha: eu gostei, e bastante.

Acho que o que mais me agradou nesse primeiro episódio foi o clima que construíram. Desde a primeira cena fica bem claro que há alguma coisa de errada com aquela situação. Digo, um portão pelo qual ninguém pode passar? Suspeito ainda é pouco! E conforme o episódio vai se desenrolando, essa sensação só vai aumentando. Mesmo nos momentos felizes, fica ali no fundo a sensação de que é só uma questão de tempo até a verdade daquele mundo se revelar. E quando ela se revela… Eu realmente não esperava aquilo. E como eu gostei da expressão facial dos personagens: demonstra muito bem o choque e o horror da sua descoberta.

Agora, será que seria superinterpretação minha ver nessa história uma nem tão sutil mensagem a favor do veganismo? Talvez. Mas vou deixar a provocação mesmo assim. E esperar pra ver pra onde vai esse anime.

Mob Psycho 100 II, episódio 1

E eis que Mob Psycho retorna já com um excelente primeiro episódio! Ainda que, eu preciso dizer, eu preferia a abertura anterior. Visualmente a nova ainda é boa, mas a música realmente não me convenceu, e eu não vou ouvi-la infinitamente como fiz com a música da abertura anterior. Uma pena.

Mas entrando no episódio, tivemos um começo bem sólido, e também um mais focado no Mob. Da pra ver que a animação continua excelente. E ao que parece essa temporada deve se focar um pouco mais no Mob aprendendo a ser mais independente e a pensar e agir por conta própria, dado que ele tem mesmo essa tendência de se deixar carregar pela situação.

A nova garota foi uma boa adição à história, e espero que a vejamos mais vezes. Ela serviu muito bem de espelho para o Mob, também se deixando levar pelas circunstâncias, e a cena onde o Mob recupera o seu manuscrito foi, além de fenomenal em termos de animação, um nível de sentimentalismo que eu não esperava desse anime logo no primeiro episódio. E agora é esperar pra ver como essa história continuará!

Rinshi!! Ekoda-chan, episódio 1

Então, deixa eu ver se eu entendi: o episódio tem 26 minutos, sendo 3 minutos de anime e 23 uma entrevista com o diretor do episódio e a dubladora da protagonista? Bom… inesperado, no mínimo.

Não muito a comentar. A premissa em si é interessante, de vermos o dia a dia dessa mulher adulta, e o estilo artístico foi uma verdadeira surpresa. A comédia, porém, foi onde eu senti que o anime foi mais hit or miss, especialmente pelo quão rápido ele transita de uma piada a outra, não nos dando muito tempo para absorver o que acabou de acontecer. Mas devo seguir assistindo pelo menos mais um pouco. Só com certeza irei pular a parte da entrevista.

Pastel Memories, episódio 1

Mesmo indo para o episódio sabendo o que esperar, eu não posso deixar de sentir aqui um enorme potencial desperdiçado.

A perspectiva de um futuro onde a cultura otaku foi desaparecendo, sobrando apenas pequenos bolsões de fãs que ainda tentam manter seus hobbies vivos, me parecia genuinamente interessante. E mesmo as garotas sendo bastante arquetípicas, eu consigo perdoar isso em histórias mais meta, que se propõem a falar justamente desse meio do anime e mangá. Mas eis que logo após um começo genuinamente bom, com uma temática bem legal de como as histórias que consumimos podem também se tornar memórias preciosas, eis que somos introduzidos ao elemento sobrenatural da série.

Em retrospecto, eu já deveria esperar. É a adaptação de um jogo, e o poster já mostra as garotas com armas e armaduras, o que mais poderia sair disso?! Mas ainda assim, foi um começo tão agradável… Não que a partir daqui o anime esteja destinado a ser horrível, mas que o grande causador dos problemas seja algum tipo de vírus… não sei, simplesmente parece que “tira” algo do potencial que essa história tinha. Eu devo ver ainda pelo menos o segundo episódio, mas não imagino que eu vá terminar esse anime.

Bermuda Triangle – Colorful Pastrale, episódio 1

E já que estamos falando de episódios que desapontaram… Não que Bermuda Triangle seja ruim, necessariamente, mas ele teve um primeiro episódio bastante… genérico. Eu não gosto de usar desse argumento, mas é difícil de não pensar isso: em meio a tantos animes de “garotas fofinhas”, esse aqui não realmente se destaca em nada!

Ok, eu suponho que isso seja meio que injusto de dizer. Eu gosto de como o anime tem esse tom de aquarela, que combina muito bem com uma história que se passa debaixo d’água. E que a quinta garota chegue a essa cidade do interior literalmente imersa na própria bolha após passar por algum tipo de estresse na cidade grande é uma premissa até que bem interessante. Mas quando isso vem acompanhado de um elenco bem pouco distinto e um universo que opera em níveis Bob Esponja de lógica, é difícil dizer se isso é o bastante para carregar a obra. Eu talvez dê uma chance ao segundo episódio, mas tal como Pastel Memories, não é um anime que eu me veja terminando.

Endro~, episódio 1

Mas eis que felizmente não ficaremos órfãos de um bom anime de garotas fofinhas! Endro~ é basicamente tudo o que eu esperaria do gênero: personagens carismáticas e divertidas, uma comédia que consegue me manter sorrindo durante todo o episódio, e ainda um estilo artístico que convida ao puro relaxar. Mas eis que este ainda vem com uma história! E twists!

Quando o episódio começou, eu realmente esperava que o anime seria um slice of life dessas garotas depois delas derrotarem o Rei Demônio, e conforme os créditos finais subiam (ótima gag, por sinal) eu até pensei que gostaria de ter visto essa pequena aventura. Mas eis que: é exatamente o que iremos ver! É, o Rei Demônio não foi vencido, só mandado de volta no tempo (e virou uma garotinha… por que não, né?), e agora tem a chance de tentar impedir que as heroínas se tornem… bom, as heroínas.

Só por esse episódio já está bem claro que ela vai falhar miseravelmente, e que caminhamos para um cenário de looping estável onde toda ação dessa Rainha Demônio para deter as garotas só irá deixá-las mais fortes. E tudo bem, porque o importante aqui é a comédia e a fofura: duas coisas que Endro~ tem em abundância! Ah sim, e o fato de ser um anime original significa que provavelmente teremos um final fechado! Fica então como minha aposta de melhor “garotas fofinhas” da temporada.

Doukyonin wa Hiza, Tokidoki, Atama no Ue, episódio 1

E falando em fofura, eis aqui um dos candidatos a melhor slice of life dessa temporada. Uma comédia sobre um escritor que não se importa com nada além de livros, e que ativamente evita o contato com outras pessoas, mas que acaba adotando um gatinho porque este lhe dá inspiração para suas histórias. Divertido, fofo e heartwarming, é um anime que merece muito mais atenção do que vem ganhando até aqui.

Me parece bastante claro que o protagonista terá de aprender que é possível tirar inspiração do mundo real também, e não apenas dos livros. Uma espécie de critica aos autores que só fazem replicar outros autores, numa veia talvez similar ao que fez Comic Girls no ano passado, só que com menos garotas fofinhas e crises existenciais.

E é interessante também o formato do anime, que pelo visto irá alternar seus episódios entre uma metade contando a perspectiva do escritor, e outra constando a do gato. Para ser sincero, quando o anime fez a mudança pela primeira vez eu não curti muito: achava que era melhor apenas deixar implícito que o gatinho estava preocupado com o rapaz, sem precisar de uma cena para nos falar isso tão diretamente.

Mas conforme essa metade do episódio foi avançando, eu percebi que ela estava ali para muito mais do que atestar o óbvio. Ela existe para trabalhar esse deuteragonista que é o gato, sua motivações, seu passado… A cena na qual ele vê o rapaz cair no chão e se lembra de um outro gato (possivelmente irmão da mesma ninhada) morto é legitimamente triste, e talvez a melhor do episódio. E acabou que eu gostei bem mais dessa segunda metade do que da primeira.

Girly Air Force, episódio 1

Eu fui esperando garotas fofinhas pilotando aviões coloridos e acabei recebendo um exemplo quase perfeito de sekaikei. E este pode vir a ser o único motivo pelo qual eu continue assistindo essa coisa.

Sendo bastante sincero, Girly Air Force soa exatamente como você esperaria que uma light novel fosse soar. O mundo está sendo atacado por esses aviões ultra tecnológicos chamados Xi, e quando tudo parece perdido eis que a humanidade cria seus próprios aviões ultra tecnológicos… com uma interface no formato de adolescentes de cabelo colorido… ah, e o protagonista é o cara por quem a de cabelo rosa se apaixona. Já posso gritar “bingo”?

Não vou dizer que o anime não tem nada de interessante. Que o protagonista seja um refugiado chinês é até que bem curioso de se ver, e a sua relação com a sua amiga de infância que veio com ele é até que bem conduzida. E apesar de provavelmente ser a minoria aqui, eu gostei desses aviões coloridos brilhando. Mas não da pra evitar de pensar que é uma história que você já viu antes, e que mesmo então provavelmente não valeu a pena ter visto.

Mas, como eu disse, me interessa como o anime parece um exemplo quase perfeito de um sekaikei, um tipo de narrativa que eu não vou tentar explicar aqui (google, pessoal), mas que eu talvez venha a comentar com mais profundidade se me dispor realmente a acompanhar o anime. Fiquem no aguardo! (ou não).

Dimensional High School, episódio 1

EXCUSE-ME, WHAT THE FUCK?!

Então… Uma pedra falante transporta quatro alunos do ensino médio e seu professor para um mundo de CG mal feito, onde eles devem agora resolver os enigmas de uma esfinge ou serão devorados. Quem foi que acordou num belo dia de manhã e pensou que isto era uma boa ideia?!

Mas exageros de lado, esse… anime?… realmente não é pra mim. A parte live action é bem complicada de assistir (não sei se a atuação é ruim ou se é padrão para o Japão, mas realmente não funcionou comigo), e a parte em CG não é lá muito melhor (ainda que o CG ruim pareça ser de propósito). Mal da pra dizer que isso tem uma história. E os puzzles da esfinge não são particularmente interessantes pra mim. Então é, fica como meu primeiro drop da temporada. Mas pontos pela bizarrice.

Kemurikusa, episódio 1

De um CG ruim pra outro! Ok, eu suponho que não seja exatamente justo dizer isso. É o mesmo diretor de Kemono Friends, afinal, nesse ponto eu não duvido nada que o CG seja mais escolha artística do que falta de capacidade.

Agora, vou dizer que estou bastante ambivalente sobre esse anime. O começo foi bem interessante, gosto de como fomos apenas jogados nesse mundo aparentemente pós apocalíptico e vamos descobrindo ele aos poucos através dos movimentos e interações das personagens. Mas ai eis então que um garoto brota do nada e, quem poderia imaginar, ele é praticamente o seu típico protagonista de light novel, ao ponto mesmo de arriscar a vida pra salvar uma das garotas que, até pouco tempo atrás, estavam prontas pra matá-lo.

Acho que neste caso o episódio 2 vai ser decisivo pra mim, já que é a partir dele que, eu imagino, veremos como esse garoto irá agir uma vez que não esteja amarrado e com a vida em risco. E caso ele se prove mesmo apenas o seu protagonista genérico de light novel… bom, eu não vi Kemono Friends ainda, talvez valha mais a pena ele do que Kemurikusa.

Mahou Shoujo Tokushusen Asuka, episódio 1

E agora para um título que realmente me surpreendeu! Eu acho bastante interessante o conceito de uma história que se passa depois do convencional “final feliz”, e esse anime entrega exatamente isso. Após uma dura batalha, onde quatro de nove garotas mágicas perderam a vida, o grande inimigo final foi derrotado. Mas… e depois? Bom, para algumas, elas continuaram servindo ao seu país. Para nossa protagonista, uma vida de estresse pós traumático. E o reconhecimento de que o mundo nunca estará verdadeiramente em paz.

É uma visão bem cínica das coisas: podemos eliminar o grande chefão do mal de outra dimensão, mas o terrorismo e o crime internacional seguem como sempre no nosso mundinho. Mas o que eu mais gostei desse anime é que por pesado que ele possa ser, ele nunca chega ao ponto de ser dark demais. As duas garotas que a protagonista conhece são talvez o maior exemplo disso: eu realmente gostei dessas duas! E numa série um pouco mais pesada elas provavelmente terminariam mortas já nesse primeiro episódio – e fico bastante feliz deste não ser o caso aqui.

Eu diria que Tokushusen Asuka busca ser uma visão um pouco mais realista da figura da mahou shoujo, em termos de como ela “funcionaria” no mundo real, onde precisaria lidar com coisas que normalmente não veríamos em um anime do tipo – como o governo ou as organizações criminosas. Uma premissa bem interessante.

A única coisa que me incomoda são os vilões. Ao final do episódio nós temos um rápido olhar naqueles que devem ser os inimigos da série, e diria que pelo design me pareceram um tanto quanto caricatos demais, contrastando mesmo com o clima um pouco mais realista que o anime construiu até ali. Mas vou esperar pra vê-los em ação antes de tirar maiores conclusões.

Kaguya-sama wa Kokurasetai: Tensai-tachi no Renai Zunousen, episódio 1

E falando em boas surpresas… Eu não costumo me interessar por romances, muito menos pelo cenário will they, won’t they, tão presente no gênero. Porém, quando esse cenário é feito não como um entrave artificial para impedir um relacionamento de avançar de forma natural, mas sim como parte integrante da premissa da série, ele pode render algo interessante. Que é o que vemos neste anime, onde nossos dois protagonistas são ambos orgulhosos demais para confessarem seu amor, e querem então forçar o outro a se declarar primeiro.

Eu gostei bastante do narrador nesse primeiro episódio, e do clima de jogos mentais onde um tenta prever os passos do outro, todo um cenário que me lembrou, dentre todos os animes possíveis, de Kaiji. Mas claro, Kaguya-sama é bem mais leve: é uma comédia, afinal, e uma que pelo menos para mim funcionou muito bem nesse primeiro episódio: ri um monte com as desventuras desses personagens. Não rende tanto o que comentar, mas podem ter certeza que vou acompanhar esse anime.

Grimms Notes the Animation, episódio 1

E aqui ainda uma terceira boa surpresa! Eu fui pra Grimms Notes com certo receio por ele ser adaptação de um jogo de aventura. E o motivo desse meu receio é que nem sempre mecânicas de jogo podem ser encaixadas de forma natural em uma história. E quando eu estiver vendo um anime, a última coisa que eu preciso é pensar que eu preferiria estar jogando o jogo. Felizmente, este não foi o caso deste título.

Da pra perceber que Grimms Notes é adaptação de um jogo? Sendo bastante sincero, sim, dá, e não é preciso muito esforço pra isso. Mas o que impede esse anime de soar como um jogo é o seu trabalho com esses personagens, nos dando uma boa caracterização do nosso grupo principal logo de cara. Mesmo os figurantes são bem trabalhados nesse sentido, e entregam momentos de genuína emoção ao longo do episódio.

A premissa da história também é interessante, a ideia de que cada pessoa nasce com um livro que dita seu destino, mas o livro do nosso protagonista veio em branco. Imagino que a história irá enveredar pela ideia de que cada um pode escrever o próprio destino, mas me pergunto se isso se aplicará apenas ao protagonista ou se terminaremos com um abolir de todo esse sistema dos livros do destino.

Ah sim, e o que os irmãos Grimm tem a ver com tudo isso? Bem pouco. Aparentemente os personagens podem se transformar em personagens de contos de fadas e livros infantis pra lutar. O que resulta no protagonista se transformando na Alice de Alice no País das Maravilhas. O que me faz pensar se ele concorreria a best boy ou best girl do anime. Só isso mesmo.

Kouya no Kotobuki Hikoutai, episódio 1

E finalizando essa seção (aleluia), temos ainda outro anime de aviões! Um que parece beirar um pouco mais para a estética steampunk, e mais focado em batalhas aéreas. Ah sim, e um que é bom, é importante dizer isso.

Eu não vou ter muito o que comentar do episódio porque boa parte dele foi ação. Mas olha, foi uma boa ação! Não apenas na questão de fluidez de movimento, mas muito mais na questão de coreografia do combate e das cenas em que olhamos de dentro do avião, que conseguem transmitir maravilhosamente bem a sensação de estar mesmo ali dentro. Quase me faz querer que esse anime fosse em 3D num telão de cinema.

As personagens… Bom, não muito a comentar sobre as garotas por agora, exceto que eu gostei bastante da protagonista. Eu vou chutar que algum piloto ou alguma organização em específico foi responsável pela morte do pai ou mãe dela, e agora ela voa em busca de vingança. Clichê, sim, e eu adoraria estar errado nessa, mas mesmo que for o caso ela ainda é uma personagem bastante carismática.


Animes Longos


GeGeGe no Kitaro, episódio 39

Awn, que episódio fofinho. E acho que a nossa primeira instância de um relacionamento entre um humano e uma yokai que podemos chamar de verdadeiramente bem sucedido.

Um garoto se confessa para a Yuuki Onna, e a história segue dai. É um inclusive um episódio que bem poderia ter terminado sem nenhuma batalha, mas acho que animes desse tipo simplesmente pedem por uma. Mas o finalzinho de lado, foi legal de ver a forma como retrataram o relacionamento da Yuuki com o humano.

Eu geralmente não gosto do clichê de mal entendidos que fazem um casal seguir brigando, mas diria que aqui funcionou bem. Primeiro pelo quão rápido a coisa anda, o mal entendido é seguido por uma tentativa de conciliação, e ai outro mal entendido, e assim vai. Mas também porque nesse caso ele tem peso temático também, com o episodio colocando as brigas de um casal como parte do processo de melhor entenderem um ao outro.

E eu só queria chamar atenção para a cena em que a Yuuki diz que quer terminar, porque eu gostei bastante da composição dela. O rapaz na fraca luz, a apenas um passo da Yuuki, em pé na escuridão da noite. Não é nada super inovador, mas ainda foi bem legal de olhar.

Yu-Gi-Oh! VRAINS, episódios 83 e 84

Então… O episódio 83 foi ainda outro recap? Acho que tecnicamente não, já que pelo menos metade do episódio deve ter sido de cenas novas, e ele pelo menos termina se ligando com o próximo, o que o torna menos descartável do que a maioria dos episódios do tipo. Ainda assim, recap ou semi-recap, eu realmente me pergunto qual o problema dessa produção. VRAINS não parece ruim, visualmente falando, ou pelo menos não parece pior que outros animes de seu tipo, mas a quantia de episódios de recap me fazem pensar que essa deve ser a produção mais bagunçada da história dessa franquia. Pena eu não ter nenhuma fonte pra confirmar ou desmentir isso.

Sobre o episódio 84, temos aqui a formação de uma aliança entre o grupo de Yusaku e os cavaleiros de Hanoi. Totalmente dentro de esperado, sim, mas ainda com algumas surpresas interessantes. A começar pelo “duelo” entre o Revolver e o Soul Burner, em particular do quão abalado ficou o segundo. Nós, enquanto humanos, temos essa tendência de querer identificar culpados e puni-los por seus erros, mas o que fazer quando esses culpados já não estão mais aqui? O responsável pelo incidente de anos atrás já está morto, e seu filho, que diz carregar sua vontade, foi aquele quem salvou as crianças em primeiro lugar. É um limbo complicado esse no qual o Soul Burner teve de enfiar sua raiva e ressentimento, e eu quero ver como irão trabalhar isso adiante. Enquanto problemático em muitos aspectos, a retratação que o anime faz do trauma é uma que me agrada desde que aprendemos sobre o incidente.

Ah sim, e eis que Revolver pretende reativar a Torre de Hanoi! Ainda que desta vez apenas para criar um scan poderoso. Eu vou chutar e dizer que o Revolver poderia facilmente ter feito isso sozinho, mas escolheu deixar os demais participarem só para ter a ajuda deles quando da batalha de fato. Que, por sinal, deve começar no próximo episódio! Veremos como ela se desenrola, e para onde o anime irá caminhar após ela.


Outros Títulos


Futari wa Pretty Cure, episódios 26 ao 28

Semana passada eu disse que não acreditava que as garotas fossem vencer o Dark King tão cedo na história. Bom, aparentemente eu estava errado, porque graças à perseverança e ao apoio de uma estátua gigante nossas heroínas de fato conseguem vencer o mal supremo! Bom, ou quase. Logo que eu vi três “coisas” saindo de onde estava o Dark King eu imaginei que essa luta ainda estava longe de acabar. Mas o episódio ainda assim nos trás um clima de final que não nos faria estranhar caso a série de fato acabasse ali. Mas eis então que os mascotes retornam antes mesmo dos créditos finais.

É, o Dark King não morreu: ele apenas semeou o mundo. Quantas sementes? Na cena dele morrendo eu só vi três, mas podem muito bem ser mais. No episódio 27 somos apresentados a uma dessas “sementes”, que ganha poder após absorver uma tempestade, e no episódio 28 temos ainda uma segunda, que ganha poder após absorver uma erupção vulcânica. Assumindo que estão indo pelos elementos da natureza, é tudo uma questão de qual “set” de elementos o anime irá seguir. Se for os quatro ocidentais – água, fogo, ár e terra -, então restam ainda dois para aparecer. Mas se forem seguir os elementos chineses – água, fogo, terra, madeira e metal – então restam três.

Até o momento não realmente vimos a que vieram esses vilões, já que só vimos o despertar deles e uma primeira luta. Em ambos os casos eu gosto bastante do momento do despertar, que desde o Pollun falando “está acordando” até o despertar de fato das sementes tem toda uma aura quase que de filme de terror mesmo. E as poucas batalhas que tivemos vendem bem que esses vilões estão em um nível de poder um pouco acima dos que as garotas enfrentaram até então. Mas vamos ter de esperar mais um pouco para entender qual o real planos desses novos inimigos.

Boogiepop Phatom, episódios 3 e 4

Como curiosidade, Boogiepop Phantom se passa justamente após o arco que Boogiepop wa Warawanai acabou de adaptar, então se alguém estava esperando o anime atual chegar ao ponto em que se pode ver o antigo sem problemas, essa é a hora. E vou dizer, ter o contexto desse primeiro arco de wa Warawanai ajuda um pouquinho a entender o que se passa aqui – ainda que Phantom pareça querer construir seu próprio quebra cabeça aos poucos, eventualmente respondendo suas perguntas sem precisarmos de fontes externas. Mas isso já é especulação.

Em todo caso, eu vou dizer que esses dois episódios me fizeram repensar um pouco qual o formato que a série adota de fato. Existe sim aqui uma narrativa de fundo, e o anime busca sempre conectar seus episódios em uma linha do tempo coerente, mas de modo geral a sua narrativa até aqui vem sendo muito mais episódica, onde em cada episódio nós acompanhamos pessoas aparentemente normais que, por um motivo ou outro, entraram em contato com o sobrenatural – mais especificamente, com qualquer que tenha sido o evento de tempos antes, com a Boogiepop, ou com o devorador de pessoas.

Cada episódio também parece ter um tema próprio, o que vem sendo bem interessante. No caso desta dupla, o episódio 3 pode ser lido como uma meditação sobre a apatia, aqui disfarçada como um amor pelo mundo, enquanto que o episódio 4 pode ser visto como uma crítica ao otaku mesmo. Ainda assim, o fato do anime ter uma narrativa de fundo me faz pensar para que direção ela irá. Sobretudo, aliás, no que diz respeito à existência de duas Boogiepop: comparando a que aparece no episódio 1 com aquela que aparece nos episódio 2 e 3 fica bastante claro que são pessoas diferentes, e quero ver o que o anime irá fazer com isso.

Antes, eu pensava que talvez fosse melhor rushar esse anime, mas acho que vou seguir vendo uns dois, talvez três episódios por semana, pelo menos enquanto ele mantiver esse formato mais episódico.

Ginga Tetsudou 999, episódios 51 a 53

Os episódio 51 e 52 nos trazem outro mini arco, desta vez um no qual o 999 acaba “encalhando” em um planeta vivo, com a solução encontrada sendo explodir o planeta pra livrar o trem. Um cenário que me soa bastante como uma crítica à destruição da natureza em prol da construção de coisas como ferrovias e estradas.

Eu gosto bastante do quanto o Tetsuro fica consternado com a situação toda. 999 vêm abusando um pouquinho do flashback da morte da mãe do Tetsuro, mas acho que aqui ele encaixa bem. Aquele planeta era, afinal, também uma mãe, de milhões, talvez até bilhões, de pequenos “esporos” que liberava de tempos em tempos. Era uma criatura viva, que teria de ser morta pelo capricho da ferrovia galáctica de nunca desviar o trem do seu percurso – mesmo diante de avisos de que havia algo nos “trilhos”.

Minha única crítica aqui é a aparição da Artemis, que pra mim soa como ainda outra tentativa do anime de dar um rosto humano (e feminino, estranhamente) a ainda outra “coisa” que não precisava de um – vide o planeta destruidor de planetas e o computador central do planeta coberto por ouro. Não que ela estrague o arco, nem de longe, mas eu não estou convencido de que precisávamos dessa personagem.

Já no episódio 53 o 999 desce em um planeta onde encontramos uma cópia do Tetsuro! Até me faz lembrar uma teoria de que num universo infinito não seria estranho haver uma cópia sua em algum lugar distante (mas nem ideia de se essa teoria já existia em 1979). Pena que o episódio em si foi bem qualquer coisa, ainda que o final tenha sido interessante. Ginga Tetsudou 999 é um anime bem curioso, onde o bem nem sempre vence. Na verdade, na maioria das vezes os bonzinhos é que terminam mal nessa história.

Dororo to Hyakkimaru, episódio 1

Porque não, né? Com a estreia de Dororo, e comigo já tendo lido o mangá, eu achei que poderia ser interessante ir conferir a primeira adaptação, Dororo to Hyakkimaru, de 1969. Que, por esse primeiro episódio, se propõe a ser uma adaptação bastante fiel do mangá: sua primeira cena parece quase que arrancada diretamente das páginas do mesmo, o que eu uso como um elogio. É uma qualidade visual que eu não esperava de um anime do final dos anos 1960, e que capturou bem a fantástica arte do mangá original.

Em termos de história, da pra dizer que esse primeiro episódio cobre praticamente o mesmo que o anime de 2019 cobriu em seu primeiro. Temos o pacto (aqui com 48 demônios, como no mangá), o nascimento do garoto sem nenhuma das partes de seu corpo (mas sem mostrá-lo, ao contrário do mangá e do anime mais recente), a introdução do Dororo, o fato dele entrar em problemas com alguns fortões perto do rio (mas aqui por ter comido a comida deles, ao invés de tê-los enganado), e a aparição do Hyakkimaru e do primeiro demônio. Única coisa é que nesse anime nós não vemos qual parte do corpo o Hyakkimaru recuperou após derrotar esse demônio.

Num geral, é um título bem sólido para a sua época, ao menos do pouco que sei dela. É meio óbvio que a animação vai parecer datada pra quem o assiste hoje, especialmente nas cenas de luta, mas parece que ainda vai ser divertido de assistir, e deve proporcionar bons comparativos com o anime atual. Ah sim, e a música de abertura é 10/10.

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