Comentários Semanais – JoJo Parte 5; Bunny Girl; Anima Yell; e muito mais.


O que assisti essa semana.


Olá a todos, e bem vindos a mais um Comentários Semanais \o/

Para hoje temos uma seleção um pouco menor de títulos da temporada: apenas 4. Mas não se preocupem que o número deve aumentar na próxima semana.

A seção de animes longos está de volta, dado que GeGeGe no Kitaro retomou a sua exibição e que Yu-Gi-Oh! VRAINS nos apresenta o final do duelo entre Lightning e BloodSheppard.

O título ausente da vez fica por conta da seção de animes finalizados: enquanto Futari wa Pretty Cure retorna ao quadro, eu não consegui assistir muito de Non Non Biyori essa semana, então ele fica para a próxima.

E claro lembrando a todos que os animes do Café com Anime não aparecem por aqui, então fiquem de olho no quadro para os comentários sobre Yagate Kimi ni NaruBanana Fish, Zombieland SagaIrozuku Sekai no Ashita Kara.

E sem mais delongas, vamos então aos animes /o/


Temporada de Outono / 2018


JoJo no Kimyou na Bouken: Ougon no Kaze, episódios 9 e 10

Esses dois episódios de JoJo foram um compilado de surpresas positivas, a começar pelo fim do arco da busca pelo tesouro do Polpo. Eu imaginava que o arco se seguiria até a adequada introdução de todos do grupo principal, mas felizmente ele terminou bem mais cedo. E já engatilhando um novo arco, de proteção da filha do chefe. E me permitam chutar: a garota é uma usuária de stand que também odeia o chefe. Bom, ou pelo menos é o que eu gostaria que fosse. Desde a parte 2 que JoJo não tem uma personagem feminina no grupo principal (a parte 4 teve algumas recorrentes, mas ainda secundárias).

Na sequência nós temos a luta do Narancia, cujo stand soa como uma versão ligeiramente modificada do stand do irmão do Okuyasu na parte 4, que era um monte de soldadinhos de brinquedo (incluindo ai tanques e aviões de guerra). Vou dizer que eu não esperava curtir a luta, mas o episódio 10 entregou uma sequência bem divertida de acompanhar. Eu só não consigo entender porque o vilão demorou tanto tempo para voltar ao seu tamanho original. Narancia pode não ser o mais brilhante dentre os protagonistas, mas pelo visto o vilão também não foi agraciado com um QI lá muito alto…

Ainda tivemos um flashback interrompendo a ação, mas esse foi um pouco diferente. Desta vez pudemos ver o passado do vilão, onde podemos ter um gostinho da brutalidade reservada àqueles que desafiam o chefe. Enquanto ainda disruptivo,o fato de que com toda certeza os protagonistas ainda encontrarão com o carrasco que vimos no flashback faz toda a sequência soar muito mais como foreshadow, e por consequência me incomodou bem menos. Ainda que: dado o fato de que a luta não terminou, eu totalmente espero um flashback do Narancia no próximo episódio.

Um que muito provavelmente vai incluir o Fugo, diga-se de passagem. Desde que o grupo foi introduzido o anime vem enfatizando uma maior relação entre ele e o Narancia, e vê-lo muito mais preocupado do que os demais com a demora do menor nesse episódio 10 apenas confirma que há algo ai. Não me surpreenderia se os dois se conhecessem desde antes de entrar no grupo.

Seishun Buta Yarou wa Bunny Girl Senpai wo Minai, episódios 9 e 10

Quando Bunny Girl primeiro começou, eu imaginei que esta seria uma história sobre conflitos externos, sobre a relação de cada personagem com o ambiente ao seu redor. Quatro arcos depois, eu agora vejo o exato oposto. Bunny Girl é uma história sobre conflitos internos, causados por algum tipo de dissonância dentro de cada personagem.

No caso da Mai, era a dissonância entre o querer voltar a a atuar e a desconfiança e o ressentimento que ela nutria pela mãe e agente. No caso da Tomoe, a dissonância era causada pelo conflito entre a pessoa que ela foi um dia e a pessoa que ela é hoje. Futaba foi o caso mais evidente, e onde podemos mesmo encontrar múltiplas dissonâncias: o medo de perder os amigos, o desgosto que sentia por si mesma, a busca por atenção e validação… Finalmente, no arco atual pudemos ver o caso da meia irmã da Mai, cuja dissonância vem de querer ser igual à irmã mais velha ao mesmo tempo que não.

O que talvez explique os conselhos que o Sakuta dá a cada uma. Para Mai, ele afirma com confiança que ela quer voltar ao showbiz. Para a Tomoe, ele diz que se ela está feliz como é hoje, então ela não deveria se preocupar com quem ela foi. Para Futaba, ele diz que não há nada de errado em se odiar. E para a Nodoka, ele diz que ela talvez devesse aceitar a mediocridade. São sempre palavras duras, mesmo com tons de arrogância, mas que por debaixo delas carregam a mensagem final: cada garota precisa aceitar a si própria, e é somente após fazerem as pazes com quem são e o que querem que a Síndrome da Adolescência passa.

É do chavão comum que a adolescência é a época da autodescoberta, o período da vida onde cada pessoa começa a melhor entender a si próprio e o que deseja para si. Bunny Girl parece seguir exatamente essa linha de raciocínio, assumindo um caráter muito mais de coming of age do que parecia quando tínhamos apenas o primeiro arco para avaliar. E se eu estiver certo nisso, então é possível que o próximo arco, o da Kaede, nos entregue um pouco mais do que apenas a sua típica história sobre bullying. Esperemos pra ver.

Kaze ga Tsuyoku Fuiteiru, episódios 9 e 10

Após o ultimato do Kakeru para o Príncipe no episódio 8, o episódio 9 força o personagem a uma muito necessária posição de espectador. No decorrer da série até esse ponto, o Kakeru foi de firmemente contra competirem na Hakone até um nível de competitividade talvez insensato e insensível (inclusive consigo mesmo, dado que o vemos com orelhas bem pronunciadas no episódio). Nas palavras do Haiji, ele precisava aprender que todos ali estavam dando tudo de si, por mais que os resultados não fossem aqueles que o Kakeru gostaria. O que ele aprende, ainda que continue cético quanto à possibilidade desse time competir de verdade na Hakone.

O final do episódio 9 traz um clifhanger interessante, com o Haiji colapsando na cozinha. Infelizmente, a solução do episódio 10 me trouxe sentimentos mesclados. A princípio eu pensava que o Haiji talvez tivesse alguma doença mais profunda, e que talvez ele tivesse motivos mais fortes para querer competir nessa Hakone em particular para além de ser o seu último ano na faculdade. Mas eis que não: ele só estava extremamente cansado. O que foi ligeiramente decepcionante, mas ao menos o anime soube como usar do momento.

Desde o começo está no ar a pergunta de como Kaze ga Tsuyoku vai justificar o Haiji impondo sua vontade sobre os demais, e os episódios recentes vêm muito numa linha de responder a isso com a ideia de que, uma vez tendo começado, esses personagens estão pouco a pouco realmente apreciando correr. Que eles insistam em continuar treinando mesmo sem o Haiji por perto não deixa de ser uma culminação desse argumento. Nesse ponto, qualquer resistência à corrida é muito mais “tsunderismo” por parte dos personagens do que qualquer outra coisa.

Mas claro, o foco real do episódio 10 foi na relação do Kakeru com o Príncipe. Apesar de distantes no início (literalmente, até: são, afinal, o mais rápido e o mais lento do time, respectivamente), nesse episódio vemos uma maior aproximação dos dois (de novo, literalmente até, ilustrada tanto nos momentos do Kakeru ficando para trás para apoiar o Príncipe quanto na cena de ambos lendo mangás em sincronia). Não muito a comentar a respeito, mas foi um bom fechamento para esse conflito em específico.

Anima Yell!, episódios 9 e 10

Em primeiro lugar, eu adoro como a abertura foi ligeiramente alterada para incluir a Hanawa. Finalmente o grupo principal está fechado, com Anima Yell! seguindo numa linha bastante recente de títulos do tipo que demoram a reunir o seu elenco. Algo que, numa nota lateral, eu vejo como bastante positivo, já que dá tempo à obra de trabalhar as relações entre as personagens aos poucos.

E falando em relações, esse é talvez um dos pontos altos de Anima Yell! A teia de relacionamentos e interações aqui é consideravelmente mais complexa do que costumamos encontrar em um anime do tipo. A forma como a Uki se relaciona com a Kohane é diferente de como ela se relaciona com a Hisune, e isso pode ser dito para todas as personagens. E com a chegada da Hanawa ao grupo, podemos ver nesses dois episódios como cada personagem reage à nova companheira – e vice versa.

Falando mais especificamente de cada episódio, eu gosto de como no 9 somos introduzidos ao irmão da Uki. Animes desse tipo são quase sempre exclusivamente femininos, o que implica em uma série de relações nas quais esses títulos raramente consegue tocar, incluindo aquela entre irmãos. E temos também o retorno da professora Inukai, agora recrutada (na base da chantagem não intencional da Kohane) como supervisora do clube. Diga-se de passagem, adoro como no episódio 10 ela se mostra capaz de agir como a adulta que é, por preguiçosa que seja quando ninguém está olhando.

E falando no episódio 10, ele dá a deixa daquele que muito possivelmente será o cenário final do anime, uma competição de líderes de torcida dali um mês. Como esse não é um anime de esporte, e nem as garotas almejam o primeiro lugar, um episódio é mais do que suficiente para encerrarmos em grande estilo, com as cinco juntas num mesmo palco. É esperar para ver!


Animes Longos


GeGeGe no Kitaro, episódio 35

Conforme eu imaginava, de fato o Backbeard pretende sacrificar a Agnes a fim de dar início ao projeto Brigadon. Só não esperava que o propósito do projeto fosse transformar yokai em humanos. Só me estranha a incredulidade da Mana com a possibilidade: algo do tipo não aconteceu justamente com ela durante o arco dos tanukis? E no episódio da garota que mudava de rosto, não foi falado que ela se tornaria uma yokai se continuasse com aquilo? Mas oh bem, há de se perdoar um pequeno erro de continuidade numa série que vem se mostrando bastante sólida até o momento.

O episódio 35 foi a calmaria antes da tempestade, onde pudemos aprender um pouco mais sobre a relação da Agnes com a sua irmã e sobre o que aconteceu com a mãe delas. Depois desse episódio, não me surpreenderia um final no qual a mais velha se sacrifique pela mais nova, ainda que uma reconciliação entre ambas também funcionaria bem. Qualquer um desses dois finais daria a deixa para a Agnes voltar para a Europa, que em última instância é o que eu imagino que irá acontecer: duvido muito que o anime a queira por perto para os arcos por vir.

A cena da Agnes caminhando até a casa do Kitaro, e sendo protegida por seus novos amigos, foi um momento legitimamente tocante, complementado ainda por uma bonita trilha sonora. Claro, há nisso um certo subtexto. Agnes, representante do ocidente, encarna também o seu individualismo, buscando fazer tudo sozinha. No episódio, sua lição é justamente uma abertura ao coletivismo do oriente. Como a Neko-musume diz: ela deve aprender a pedir ajuda quando puder. Depois de não poucos episódios sobre o quanto o Japão adotou do ocidente, esse momento me soa muito como uma colocação de que certos valores ainda permanecem os mesmos.

O episódio termina com um prenúncio do que está por vir, e com o Nanashi invocando o anel (o que, diga-se de passagem, demonstra o quanto ele próprio é poderoso, já que isso é algo que o próprio Backbeard não parece ser capaz de fazer, que dirá então qualquer outro personagem) a batalha final se aproxima. Só espero que ela seja ainda melhor do que a do começo desse arco.

Yu-Gi-Oh! VRAINS, episódios 79 e 80

Esses dois episódios focaram sobretudo no duelo do Lightning contra o BloodSheppard, e eu diria que esse é um duelo que ilustra muito bem um problema rotineiro em Yu-Gi-Oh de maneira geral.

Do momento que o duelo começa, você sabe que o Lightning irá ganhar. Porque não tinha como ele não ganhar. Se o Lightning perdesse, a história acabava ali, essencialmente falando. O problema de Yu-Gi-Oh é que os riscos são quase sempre altos demais. O vilão não pode perder, do contrário a história acaba. E o protagonista raramente pode perder, pelo exato mesmo motivo. Num cenário do tipo, o máximo que o anime consegue fazer são eventuais empates, que geralmente só ocorrem entre o protagonista e o seu rival.

O que se torna frustrante porque: parem e pensem por um minuto, qual a última vez em VRAINS que alguém que não o Yusaku ganhou um duelo? Teve as partidas do Soulburner, e meio que é isso. Dentre os secundários, eu não lembro de ninguém que tenha vencido um duelo importante, salvo, é claro, pelo Revolver (que foi o vilão do arco anterior). É uma franquia com pouquíssimas surpresas na sua fórmula, o que faz muitos dos seus episódios soarem como desnecessários ou sem peso.

Pelo menos temos vistos mais monstros shyncro no anime. Link VRAINS tem uma óbvia conexão não oficial com o jogo Duel Links, e desde a adição dos shyncros ao segundo eles vêm aparecendo com frequência no primeiro. Só me pergunto se VRAINS vai durar o bastante para vermos XYZs e Pêndulos no anime.


Outros Títulos


Furati wa Pretty Cure, episódios 8 a 11

Com essa sequência de episódios nós finalizamos esse arco do Gekidragon, que se revelou um bem melhor do que aquele do Pissard. Inclusive em seu vilão, diga-se de passagem, que se mostrou ligeiramente menos inconsistente em termos de poderes e estratégias do que o seu predecessor.

slice of life segue sendo e melhor parte dos episódios, e podemos ver como a amizade dessas garotas está de fato progredindo. O episódio 8 foi o que tocou na questão de forma mais focada até aqui, mas de maneira geral a relação das duas vem sendo trabalhada aos poucos em todo episódio.

E gosto de como o anime começou a implementar a sequência de “no episódio anterior” de forma mais orgânica à narrativa, conseguindo conectar melhor os episódios e dando uma maior sensação de continuidade à história sem, no entanto, ter de abandonar o seu formato episódico de “monstro da semana”.

Infelizmente, as batalhas seguem sendo a parte mais fraca dos episódios, sendo permeadas de movimentos estranhos e finalizações de um golpe só. Uma pena, sinceramente.

Ginga Tetsudou 999, episódios 37 a 39

O episódio 37 poderia facilmente figurar entre os melhores do anime até aqui. O que não é dizer muito, dada o quão baixa é a barra, mas eu defenderia que este episódio em particular é legitimamente muito bom. Tetsuro e Maetel chegam ao planeta para o qual vão as almas dos animais de estimação que morrem, rendendo algumas boas interações entre os protagonistas além de um final bastante tocante. Ginga Tetsudou 999 vem numa sequência de bons episódios há já algum tempo, e esse talvez tenha sido o ápice dessa sequência.

Claro, implícito nisso está que os dois episódios seguintes não foram exatamente grande coisa. Não me entendam mal, eles definitivamente não foram ruins, só também não são nada de especial. No 38 nossos protagonistas são sequestrados pelo tirano que governa o planeta da próxima parada, e não há realmente o que comentar aqui, exceto que eu gosto desses cenários em que os personagens são forçados a deixar o 999, ao invés de saírem por vontade própria (ainda que o ultimamente o anime venha tentando explicar essa saída voluntária com o tédio, o que até que é uma boa desculpa, para falar a verdade).

Já no episódio 39 o 999 chega a um planeta coberto por neblina, onde os habitantes possuem apenas 1% da força de uma pessoa normal. Um casal tenta roubar os passes do Tetsuro e da Maetel, e até conseguem, mas ao embarcar no 999 eis que seus corpos não aguentam o choque da decolagem, com ambos morrendo. É um episódio ok, mesmo melhor do que o anterior, mas que pra mim só vale de verdade pelo discurso final da Maetel, sobre como não importa sua coragem e força de vontade ainda há coisas que você simplesmente não consegue fazer. Um comentário que provavelmente diz muito mais sobre ela do que sobre os dois amantes trombadinhas.

E você, leitor, que está achando da temporada? Sinta-se a vontade para descer um pouco mais a página e deixar um comentário com a sua opinião.

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