[C]: Control – Desejo e Realidade: O Conflito Entre o Presente e o Futuro

C // Analise 09/10/2014 // 1
Masakaki, uma misteriosa figura que habita o Distrito Financeiro

Dirigido por Kenji Nakamura e produzido pela Tatsunoko Produções, em 2011 chegou às televisões japonesas o anime [C]: The Money of Soul and Possibility Control. Conhecido também como [C]: Control, ou mesmo apenas [C], a história de produção original (isto é, não embasada em qualquer mangá, light novel ou qualquer fonte prévia) acompanha o jovem estudante universitário Kimimaro. Sem grandes objetivos ou metas, com seu sonho para o futuro sendo conseguir uma vida estável, o maior problema que nosso protagonista enfrenta é uma constante falta de dinheiro. Isto até que aparece em seu apartamento a estranha entidade que se apresenta como Masakaki. Neste momento, ele faz à Kimimaro uma oferta no mínimo estranha: se o jovem estiver disposto a oferecer seu futuro como garantia, Masakaki conseguiria para ele grandes somas de dinheiro. Obviamente o garoto não acredita nele e praticamente o ignora, mas isso só dura até que Kimimaro olha sua conta bancária e percebe que havia recebido um grande depósito em dinheiro. Confuso e sem saber o que pensar, ele decide tentar sacar um pouco dessa quantia. Quando ele toca no dinheiro, o contrato é selado. Kimimaro se torna um Entrepreneur e deve agora lutar contra outros como ele na dimensão paralela conhecida como Distrito Financeiro. A vitória significa mais dinheiro, mas a derrota significa perder seu próprio futuro.

Agora, como de costume eu deixo aqui meu aviso de spoilers. Para esta postagem, eu irei tocar em muitos pontos referentes principalmente ao final do anime e, sim, haverão spoilers sobre o final como um todo. É altamente recomendado que se assista ao anime antes de seguir em frente com a leitura, caso você seja daqueles que não suportam receber qualquer tipo de spoilers. O anime tem apenas 11 episódios e certamente vale a pena conferir, embora não seja realmente necessário qualquer conhecimento prévio da obra para entender esta postagem em si. No mais, àqueles que decidirem continuar a leitura, seja por já conhecerem o anime, seja por não se importarem com spoilers, lhes desejo uma boa leitura o/

Sobre o que é [C]? Deixando a trama de lado, qual seria o assunto que move a série? Quando foi lançado, muitos esperavam que [C] tratasse de temas relacionados à economia, ainda que na forma de um anime de combate. Entretanto, o anime efetivamente empresta bem pouco dos conceitos e preceitos da economia e via de regra apenas usa de alguns nomes ou termos de uma forma que estes bem pouca relevância fazem em seu mundo. Se os combates fossem chamados “Fights”, em vez de “Deals”, bem pouco mudaria no anime. O mesmo pode ser dito do termo “Entrepreneur”, que se fosse trocado por qualquer outro nome causaria pouca ou nenhuma perda na história. Não, de uma maneira geral a economia funciona em [C] mais ou menos como religião funciona em Neo Genesis Evangelion: está ali muito mais como um elemento estético do que como parte da história ou mesmo da mensagem que a obra possa estar tentando passar. Então, se um anime sobre combates para conseguir dinheiro não é sobre, bom, dinheiro, então sobre o que ele é de fato?

A resposta para isso pode ser encontrada naquilo que é oferecido em troca do dinheiro: o futuro. Como mencionado na pequena sinopse que fiz no primeiro parágrafo, ao perder um combate uma parte do futuro do Entrepreneur derrotado é tomada dele. Existe, ainda, um risco adicional: ao se perder um combate, a pessoa também perde dinheiro. Se nesse processo a pessoa for à falência (ou seja, perder a todo o dinheiro que possui), ela terá todo o seu futuro tomado de si. Mas… O que é o futuro? Sim, eu sei, essa pergunta parece mesmo ridícula. A maioria de nós sabe perfeitamente o que é o futuro, nem que apenas intuitivamente. O futuro é o que vem após do presente, é o momento depois do “agora”, é o “amanhã”, o “depois”, é o…futuro. Mas supondo que alguém lhe pedisse para apostar o seu futuro (não a sua vida, não a sua existência, mas apenas o seu futuro), você faria a menor ideia do que realmente estaria apostando?

Se a sua resposta for “não”, então você não é o único. Em fato, ao longo da série os personagens comentam diversas vezes como o termo “futuro” é extremamente vago e impreciso. Apesar disso, a série como um todo dá alguns indícios daquilo que pelo menos seus autores parecem considerar como sendo o futuro de uma pessoa. E ela dá esses indícios sob duas grandes formes: na figura dos Assets, que eu falarei mais a respeito em breve, e nas consequências que alguns personagens sofrem quando vão a falência. Neste último caso, é exemplar o personagem Ebara Daisuke: ao ser derrotado por Kimimaro em um combate, indo à falência como consequência deste, seus filhos desaparecem. Pouco tempo depois, ainda, Ebara se separa da esposa e, numa última tentativa desesperada de reaver a família perdida, decide cometer o suicídio, na esperança de que isso pagasse sua “dívida” para com o Distrito Financeiro. Apesar de ser o caso mais exemplar, ao longo da série vamos observando como quanto mais influente uma pessoa é maiores mudanças na realidade concreta suas derrotas causam. Assim, não apenas pessoas, mas mesmos construções inteiras são mostradas como desaparecendo ou mudando de forma uma vez que um ou outro Entrepreneur é derrotado.

Vejamos, agora, a figura do Asset. Ao entrar no Distrito Financeiro, o Entrepreneur iniciante receberá uma espécie de cartão de crédito, com o qual ele pode entrar e sair do distrito, além de poder sacar o dinheiro que ganhar no Distrito no mundo real. Para além disso tudo, porém, com este cartão o Entrepreneur pode invocar seu Asset, uma espécie de criatura que luta junto dos Entrepreneur durante uma batalha no Distrito Financeiro. Qual a importância desses seres para a questão da definição do futuro? Bastante simples: é mencionado que o Asset é uma espécie de encarnação do futuro da pessoa, assumindo a forma desse dito futuro. Agora, muito pouca informação é dada sobre que tipo de futuro esses Assets representam, mas pelo menos a Asset do nosso protagonista, chamada de Msyu, tem sua origem mais ou menos clara. Em um episódio, no qual Kimimaro havia adormecido, ele sonha que tem uma filha, a quem nomeia de Msyu. É relativamente seguro, assim, assumir que pelo menos a Asset de Kimimaro representa a filha que este viria a ter no futuro. Infelizmente, os únicos outros Assets que o anime indica que tipo de futuro pode lhe ter dado origem é a Q, Asset do antagonista Mikuni, quase certamente criada à imagem da irmã do mesmo, Takako, e a Asset do pai de Kimimaro (pai este que provavelmente cometeu suicídio após ir à falência, a fim de evitar logo de início que sua família desaparecesse), que, dada a aparência bastante similar à Msyu, pode ter sido criada a partir de uma possível irmã de Kimimaro (se esta teria desaparecido, o que causaria seu pai a cometer o suicídio antes do mesmo ocorrer com o restante de sua família, ou se ela nunca chegou a nascer, porém, é incerto).

O que podemos tirar de tudo isso? Quando observamos esses exemplos, que tipo de definição para “futuro” o anime parece dar? Em uma palavra: legado. Esta relação é mais clara quando observamos os casos relacionados aos filhos desaparecendo, mas mesmo no caso de grandes negócios, empresas ou prédios que desaparecem com a derrota deste ou daquele Entrepreneur isso fica aparente. Ao que parece, o anime liga o seu futuro à marca que você deixa no mundo, seja esta qual for.  Por conta disso que a derrota de indivíduos com grande influência política ou financeira podem acarretar sérias perdas na realidade concreta: pois o legado destas pessoas é muito maior quando comparado ao do cidadão comum. E por que esta definição é importante? Pois ela toca naquilo que é o efetivo cerne do anime, a grande pergunta que a obra como um todo faz ao espectador: você sacrificaria ao seu futuro, ao seu legado, se isso significasse proteger ao seu presente e o daqueles ao seu redor? Ou, ainda, sacrificaria ao seu presente para proteger o seu futuro e o daqueles ao seu entorno? Ou, pondo em outras palavras, quando uma escolha deve ser feita, devemos viver em função do presente ou do futuro? Qual destes deve ser mais valorizado?

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Façamos um pequeno desvio agora e, por um breve, momento deixemos de lado nossas considerações sobre aquilo que o anime entende por “futuro”. A intenção aqui é retornar o conceito ao seu estado mais vago, a fim de que possamos ver como alguns grandes pensadores nos mais diversos ramos do conhecimento trataram dos conceitos de “presente” e “futuro”. Antes mesmo disso, porém, é difícil falar sobre estes conceitos sem nos dirigirmos, inicialmente, ao conceito de tempo, ao qual ambos integram. Pode parecer uma digressão desnecessária, mas a relevância do entendimento destes conceitos ficará clara ao longo do texto, então… bom, só aguente um pouquinho (rs)

Pode parecer confuso, mas nosso primeiro passo nesse assunto é entender que o tempo é… relativo. E não, eu não me refiro aqui à teoria da relatividade de Einstein nem nada do tipo. O que eu quero dizer é que diferentes sociedades sentem e percebem o tempo de formas diferentes. A nossa sociedade ocidental cristã percebe o tempo como uma seta, uma linha reta que vai continuamente para frente, similar ao avançar do rio. Outras sociedades, por sua vez, possuem ou possuíam a imagem do tempo como um círculo, um contínuo que se repete de tempos em tempos, normalmente com as diferentes eras da humanidade sendo demarcadas por círculos de destruição e renascimento. Diferentes concepções do tempo implicam, por sua vez, em diferentes formas de sentir e vivenciar o tempo. Eu não pretendo me estender muito nesse ponto em particular, mas quem quiser se aprofundar ao menos um pouco em o quão sociologicamente construído o conceito de “tempo” pode ser eu recomendaria a leitura do livro “Sobre o Tempo” do sociólogo alemão Norbert Elias. O que é importante tirar dessa noção, e que eu ressalto agora, é o quão atrelado ao nosso conceito de tempo enquanto uma linha está o nosso conceito de “progresso

A noção de “progresso”, de um avançar positivo, de um futuro melhor em relação ao seu passado, parece a nós, hoje, algo quase intuitivo. Esta noção, porém, tem lá a sua historicidade, que começa sobretudo no Iluminismo. Movimento surgido em algumas regiões da Europa e que se espalhou pelo globo entre os séculos XVII e XVIII (embora, como tudo na História, essas datas sejam discutíveis e fontes de constantes debates), o Iluminismo foi um movimento que procurou o avanço da “razão” em oposição à “tradição”, levando a uma série de descobertas nos mais variados campos da ciência. Eu não vou me estender nas definições do Iluminismo ou nos debates a seu respeito, mas para os nossos propósitos é importante entender que, pela primeira vez, as pessoas começaram a perceber o futuro próximo e concreto (em oposição, aqui, ao futuro mítico, do Apocalipse e da Salvação) como potencialmente melhor do que o passado ou mesmo o presente. O futuro será melhor: surge, com esta promessa, a noção do progresso. E assim, e talvez em um dos poucos raros momentos da história, o futuro ganhou, aqui, uma importância maior do que o presente. Seria no futuro em que todas as esperanças e sonhos da humanidade seriam realizadas, e tudo graças à ciência. Contudo, já em finais do século XVIII as pessoas assistiram ao caos que levou ao fim do Antigo Regime, com  o século XIX trazendo o avançar das campanhas napoleônicas pela Europa, além uma série de mudanças e conflitos sociais, políticos e econômicos que seriam coroados, no século XX, com duas grandes guerras mundiais. O impacto disso é visível ainda hoje. Basta a qualquer um de nós olhar quantos dos filmes que tratam do futuro não o retratam como um distopia. Nos prometeram um futuro perfeito, mas o que recebemos de fato foi ficar à beira de uma guerra nuclear. Estamos desacreditados do futuro.

Mas é claro, nós de forma alguma somos os primeiros a reconhecer que há algo de “estranho” com o futuro. Em especial, não somos os primeiros a perceber que nossos desejos e esperanças, que nossos planos para o futuro, podem vir a nunca se concretiza. Não, esta noção é extremamente antiga. Em fato, a Roma antiga possuía o dito “a Fortuna favorece aos corajosos“. O significado desta frase é o de que a Deusa da Sorte, Fortuna, favorece àqueles que se arriscam, ao passo que desfavorece àquele que planejam e se precavem com antecedência. O motivo disso é que como todos os deuses do panteão greco-romano, a deusa Fortuna exigia o culto a si. O irresponsável, o arriscado, deixa, indiretamente, seu destino nas mãos da deusa, enquanto que o prevenido procura ignorar a deusa, algo que a mesma certamente não deixa barato. Uma “versão moderna”, que carrega a essência dessa frase, poderia ser a frase atribuída a Wood Allen, ator norte-americano, que diz: “quer fazer Deus rir? Conte a Ele seus planos”. E engana-se aquele que pensa que esta contenda entre o desejo individual e o que efetivamente se concretiza somente foi elucidada por poetas ou escritores. Importantes filósofos também chegaram a dedicar no mínimo algumas linhas, quando não obras inteiras, à esta constante luta, dentre os quais poderíamos rapidamente mencionar o alemão Hegel.

Um bom exemplo do que quero dizer pode ser encontrado na palestra How Soon is Now: Figures of Future in Hegel, de Iain Macdonald. Nesta, o palestrante mostra como o conceito de “futuro” aparece em Hegel e logo no primeiro terço do vídeo temos um “paradoxo” interessante. Por um lado, para Hegel, o futuro seria o momento em que a plena potencialidade do presente seria alcançada, o que faz sentido dentro do sistema hegeliano, onde um processo é feito de pequenos momentos, sendo que só seria possível compreender plenamente um processo quando este já estivesse finalizado (o que por si só já gera uma outra angustia gritante no ser humano: as pessoas só são capazes de entender ao seu momento plenamente quando ele já passou).

Tenham em mente de que isso é uma simplificação grosseira de minha parte de um assunto sobre o qual estudiosos especializados ainda debatem a respeito de muitos pontos específicos, mas por hora essa simplificação serve aos propósitos do texto. Pois bem, nestes termos, Hegel coloca o futuro como o momento de ouro, encerrando um processo que poderá então ser compreendido. Apesar disso, por outro lado, quando Macdonald fala sobre o que Hegel tem a dizer sobre a clarividência, Hegel parece dizer quase literalmente que o futuro não é problema da filosofia, não sendo se quer relevante que se pense muito sobre ele. Isso porque prever o futuro é basicamente impossível. Por mais que possamos imaginar ou pensar em como ele será, isto é apenas isso: “chutes” feitos com base em dados do momento presente, não uma visão do futuro de fato. Parafraseando aqui o que é falado no vídeo: para Hegel, o futuro é incerto; logo não há por que se preocupar, ou mesmo se deixar reconfortar, pelo que pode ou não vir a acontecer.

E por que isso é importante? Pois este é exatamente o argumento do antagonista em [C], Mikuni. No melhor estilo “carpe diem“, para Mikuni o futuro é incerto, então tentar protegê-lo é pura bobagem. Devemos viver o momento, aproveitar cada dia, pois pode ocorrer de nunca haver um amanhã para se aproveitar. Na mesma linha de raciocínio, devemos proteger o presente, ainda que isso possa significar sacrificar ao futuro. Deixemos as preocupações do futuro para o futuro, diz Mikuni, pois quando este chegar será um novo presente ao qual deveremos proteger.

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Para Mikuni, o futuro é demasiado incerto para que valha a pena se preocupar com ele.

E este é o grande conflito que [C] nos apresenta. Devemos proteger a um futuro incerto? Lutar por algo que nem sabemos o que será? Mais ainda: lutar por algo que continuamente já nos desapontou? Não faz mais sentido proteger àquilo que temos aqui e agora? Às pessoas que temos aqui e agora? Bom, talvez, mas… E depois? Que valor há em proteger o presente se não houver nenhum futuro ao qual este presente possa se dirigir? Em especial, agora, considerando as noções de futuro que o anime nos apresentou (ainda se lembra delas? Pois é, eu disse para por de lado, não para esquecê-las xD). Esta pergunta não sou eu quem faço, mas sim um dos Entrepreneur com quem Kimimaro luta: Kou Sennoza. Filantropo, Sennoza usa do dinheiro que consegue vencendo as batalhas no Distrito para auxiliar àqueles em países pobres, sendo alguém que constantemente luta por um futuro melhor. Mesmo derrotando-o, ao final do anime Kimimaro mostra aceitar os ideais de Sennoza, lutando contra Mikuni quando percebe que as ações deste podem significar sacrificar ao futuro de todo o Japão em troca de proteger ao presente de todos.

Quem estava certo, ao final? Proteger ao futuro ou ao presente, qual era a saída correta? Com a luta final se encerrando com a vitória de Kimimaro, poderíamos concluir que, ao final, o anime considera proteger ao futuro mais importante, certo? Bom… Não exatamente. Certamente essa foi a decisão do nosso protagonista e certamente ela foi efetiva, dando o esperado “final feliz” a todos através de praticamente um reboot da realidade. Mas um pouco antes desse mencionado reboot, Kimimaro encontra com o criador do Distrito Financeiro. Este comenta com Kimimaro sobre o quanto o jovem havia pensado sobre o que é certo ou errado, para então adicionar que, ao final, não existe uma única resposta correta. Todos lutavam, diz ele, a fim de tornarem o mundo um lugar melhor e, no final, o mundo de fato melhorou.

O que ele quis dizer com isso é um pouco vago, podendo implicar desde algum plano divino para que de fato aquele resultado final fosse o esperado até que o fato do mundo melhorar por conta das escolhas de Kimimaro não teria passado de mera coincidência. Seja como for, o anime encerra deixando o espectador essa dupla resposta. De um lado, os ideais do protagonista claramente se mostram vitoriosos sobre os do antagonista, mas isso não implica que o antagonista fosse alguém ruim ou mesmo que estivesse fazendo a coisa errada: todos apenas estavam fazendo o que consideravam correto. No final, essa é a mensagem mais importante que a obra tenta passar. Vivemos em um mundo imperfeito, que tem à sua frente um futuro incerto, então viva de acordo com seus ideais, suas crenças e suas esperanças, e que façamos todos o melhor que pudermos ou que acreditamos poder para que o mundo possa melhorar.

Imagens (na ordem em que aparecem):

1 – [C] The Money of Soul and Possibility Control. Episódio 1 – Complicação

2 – [C] The Money of Soul and Possibility Control. Episódio 6 – Conflito

3 – [C] The Money of Soul and Possibility Control. Episódio 11 – Controle (Futuro)

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